Deputados estaduais pelo Partido Liberal na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Elizeu Nascimento e Gilberto Cattani, afirmaram não serão contra novas eleições, inclusive para cargos definidos no 1º turno, caso o partido consiga na Justiça a anulação de anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas. A justificativa do PL foi que houve "mau funcionamento" do sistema.
O pedido do partido foi apenas referente ao 2º turno das eleições, que definiu os eleitos para presidente e governador (em alguns estados). No entanto, o ministro Alexandre de Moraes esclareceu que as urnas utilizadas no 2º turno são as mesmas utilizadas no 1º e deu prazo de 24 horas para que o PL ratifique o pedido para que abranja todo o pleito, sob risco de indeferimento.
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (23), o deputado Elizeu Nascimento, sem citar provas, considerou que se houve pedido deve haver indício e o partido está no seu direito.
"Se o PL entrou com um pedido da forma com que entrou, pedindo anulação, ou o que quer que seja, referente a essas urnas de 2020 para trás, é um direito, deve ter algum indício, para poder entrar com um pedido desse tem que ter indício, ninguém entraria com um pedido de suspensão eleitoral se não tivesse alguma suspeita de fraude ou qualquer coisa parecida".
Questionado sobre o motivo do pedido não ter sido feito logo após o 1º turno, Elizeu disse não saber os motivos do presidente do partido e não pode responder por ele. Também afirmou que não seria contra ter que concorrer novamente ao cargo de deputado estadual, apesar de ter sido reeleito no pleito deste ano.
"Se houve fraude eu acredito que a Justiça tem que se fazer valer, se houve fraude lógico que tem que ser cancelada [a eleição], se vai beneficiar quem quer que seja de forma ilícita [...] eu não posso defender algo que seja que seja ilícito, então se por ventura for comprovado e ter que voltar as eleições nós vamos ter que disputar, não só eu como o Brasil inteiro, todos os deputados estaduais, federais, senadores, governadores, presidente, enfim, a todos. Agora, isso aí vai caber à Justiça levantar, fazer todo o processo investigatório e tomar a decisão se houve ou se não houve, eu não posso aqui falar, como eu disse, pelo nosso presidente nacional do partido".
Já o deputado Gilberto Cattani foi enfático e se exaltou ao afirmar que as urnas do ano de 2020, e anteriores, não são auditáveis, apesar de não citar provas. Ele também disse que não é uma preocupação a possibilidade de ter que concorrer novamente ao cargo.
"Eu acho que é um direito do partido analisar, é um direito do partido representar, foram empresas sérias que fizeram, vamos esperar o desenrolar de tudo isso aí. [...] Para mim tanto faz, pode pedir do primeiro [turno], do segundo, do terceiro, eu acho que se estiver errado a contradição é você aceitar um pleito que foi manipulado", alegou o parlamentar sem provas.
Porém, Cattani afirmou que a decisão que vai valer é a do Tribunal Superior Eleitoral e que o partido cumpriu sua obrigação de duvidar e entrar com a representação.