Após o Talibã suspender o acesso das mulheres às Universidades e governo proibi-las de trabalhar, diversas organizações não governamentais anunciaram neste domingo, 25, a suspensão dos programas no Afeganistão. “Suspendemos nossos programas e exigimos que os homens e as mulheres possam continuar com nessa assistência que salva vidas no Afeganistão em igualdade de condições”, indica o texto da ONGs Save the Children, CARE e Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC). Os talibãs justificam a medida sob o argumento de que elas descumpriam as leis de vestimenta que determina a visão fundamentalista que têm do islã. “Sem as mulheres que lideram nossa resposta, não teríamos conseguido alcançar milhões de afegãos em situação de necessidade desde agosto de 2021”, diz a nota oficial enviada à imprensa, acrescentando que não é possível “alcançar de forma efetiva crianças, mulheres e homens em desesperada situação de necessidade no Afeganistão”, sem o quadro feminino de funcionárias.
A paralisação dos programas de assistência no Afeganistão foi decretada de maneira temporária, enquanto é esperado que sejam elucidadas as consequências práticas do anúncio deste sábado. “Para além do impacto na oferta de ajuda que salva vidas, isso afetará milhares de postos de trabalho em meio a uma enorme crise econômica”, completa a nota das ONGs. A ONG Dacaar (Comissão Dinamarquesa de Ajuda aos Refugiados Afegãos) anunciou neste domingo que manteria fechadas as portas hoje e amanhã, em solidariedade às mulheres do Afeganistão e para avaliar “até que ponto são sérias” as intenções dos talibãs. A organização, que emprega cerca de 500 mulheres afegãs – um terço do quadro de funcionários no país -, decidirá nas próximas 24 horas sobre o futuro da atividade no Afeganistão, segundo uma fonte interna afirmou à agência dinamarquesa de notícias “Ritzau”. Quando retomaram o poder do Afeganistão em 2021, o Talibã prometeu que haveria maiores flexibilizações para as mulheres, contudo, um ano depois, eles retomaram a interpretação rigorosa do Islã, que marcou a primeira passagem pelo governo, entre 1996 e 2001.
*Com informações da EFE e AFP