Apresentador de TV vira réu pela acusação de agredir a esposa

A Justiça de Mato Grosso recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual contra o apresentador de TV Lucas Ferraz, acusado de agredir a esposa de 20 anos durante uma confraternização em Tangará da Serra (a 230 quilômetros de Cuiabá). Ele agora passa a ser réu no processo criminal que investiga a agressão.

O documento foi assinado pela juíza Edna Ederli Coutinho, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no Município.

"Recebo a denúncia oferecida pelo Ministério Público por satisfazer os requisitos do art. 41 do CPP, e por existir nos autos a presença dos pressupostos processuais, das condições da ação penal e principalmente por ter verificado no feito a presença de justa causa", diz trecho do documento.

A magistrada destacou a "existência da materialidade e os indícios de autoria" do crime de agressão contra a vítima.

A jovem Katrine Gomes apareceu publicamente negando as agressões ao lado do marido, após vídeos dela com diversas lesões, principalmente no rosto, viralizarem.

O apresentador, demitido do cargo após o caso, tem o prazo de 10 dias para responder a acusação "em consonância com o art. 396 do CPP".

Na resposta emitida à Justiça, Ferraz poderá incluir alegações de interesse para sua defesa, bem como oferecer documentos e justificações, além de especificar as provas pretendidas usar a seu favor.

O crime

Ferraz foi acusado de dar socos na esposa após uma confraternização em 17 de dezembro de 2022, em Tangará.

Segundo relatos da mulher, no dia do fato, o casal estava em uma confraternização e outras pessoas quando, em determinado momento, iniciou uma discussão. Ela diz que o apresentador, então, passou a agredi-la com socos na região do rosto e ouvido.

Na noite de domingo (18), o apresentador gravou um vídeo ao lado da esposa negando as agressões. Por conta do episódio, o Grupo Agora de Comunicação – no qual trabalhava - comunicou a demissão de Lucas Ferraz.

Após repercussão do caso, Katrine voltou atrás, e negou que tenha sido agredida pelo marido, dizendo que tem ansiedade grave e se automutilou.

A Polícia Civil não acreditou na segunda versão da mulher e informou que os laudos não indicavam ferimentos por automutilação.