Foram propostos o reajuste das tarifas aos consumidores nos seguintes índices: 9,71% aos consumidores de baixa tensão e 8,54% aos consumidores de alta tensão, dando a média de 9,36% de reajuste.
A energia elétrica em Mato Grosso pode ficar até 9,36% mais cara ao consumidor a partir de 08 de abril. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promoveu audiência pública para debater a Revisão Tarifária Periódica da Energisa Mato Grosso, na tarde desta quinta-feira (9), no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
Foram propostos o reajuste das tarifas aos consumidores nos seguintes índices: 9,71% aos consumidores de baixa tensão e 8,54% aos consumidores de alta tensão, dando a média de 9,36% de reajuste.
O diretor do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia), Carlos Alberto Rocha, requereu que o reajuste fique em torno de 4% a 5%, assim como ocorreu em Campo Grande (MS). Rocha também é representante da indústria no conselho dos consumidores.
"Entendemos que sair de 10% para 4% é uma batalha difícil, mas se ficar em torno de 5% será uma grande vitória para o setor produtivo, já que qualquer reajuste não é bem-vindo na atualidade, tendo em vista que aproximadamente 60% das famílias matogrossenses estão endividadas. Além disso, temos os desafios de conseguir incentivos para a indústria, de atender ao agronegócio, que lá na ponta tem dificuldade de conexão, de ter mais investimentos na rede de distribuição elétrica do estado, pois ela está bastante comprometida", afirmou.
Rocha reconhece que houve investimentos da concessionária na geração e na transmissão, mas qualquer reajuste impactará os consumidores residenciais, comerciais e industriais. Além de sentir a conta mais cara na residência, o consumidor vai ter impacto quando for comprar produtos nos supermercados, pois parte do aumento do custo do comércio e da indústria será repassada ao preço final.
"Se você comprar um bolo no supermercado ou na padaria, deve-se lembrar que foi utilizada a farinha para fabricá-lo e ela é industrializada com o consumo de energia. Sendo assim, em ambos os estabelecimentos houve custos com eletricidade, impactando assim no custo de vida de todos".
O diretor do Sindenergia alertou ainda que o custo de energia também poderá trazer prejuízos na geração de empregos e na tomada de decisão de novos investimentos em Mato Grosso, levando investidores a buscarem outros estados com custo menor em energia elétrica.
O presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT), Luis Alberto Nespolo, destacou que os reajustes anuais estão previstos em contrato, assim como ocorre com alugueis e salários.
A Ager não tem influência sobre as questões financeiras e econômicas da tarifa da energia, mas mantém parceria com a Aneel na função complementar da fiscalização da geração e distribuição de energia em Mato Grosso.
"A Aneel abriu o cálculo para a sociedade e até o dia 17 de fevereiro está aberta a sugestões sobre a Revisão Tarifária. Após o prazo, uma sessão da diretoria vai proceder sobre o aumento e qual o índice para a correção que deve entrar em vigência a partir de 8 de abril".
Os índices definitivos sobre a revisão tarifária serão fechados no dia 4 de abril, conforme informado pelo diretor da Aneel, Ricardo Tili.
"A distribuidora fica com 35% do valor pago pelo consumidor na conta de energia e ela obtém lucro por meio dos investimentos que faz. A outra fonte de lucro que a concessionária tem é pela eficiência", explicou.
Já a Energisa disse que, dentro do percentual proposto, a parcela referente à Energisa prevê um impacto negativo de -3,55% na revisão, ou seja, a parcela que fica com a distribuidora está reduzindo. A empresa ressalta, ainda, que o percentual final da revisão será definido somente em abril, quando passa a valer a nova tarifa.