A tensão na Cisjordânia entre Israel e Palestina aumentou nesta segunda-feira, 27, depois da morte de dois irmãos israelenses. O governo israelense classificou a ação como um “ataque terrorista palestino”. No domingo à noite, dezenas de colonos israelenses entraram em Huwara, uma pequena cidade do norte da Cisjordânia ocupada. Eles atiraram pedras contra as residências e depois incendiaram imóveis e dezenas de veículos. “Queimaram tudo que encontraram pela frente”, declarou um morador da localidade, Kamal Odeh. “Incendiaram mais de 20 imóveis, incluindo lojas e casas. Nem as árvores escaparam”. Wajeh Odeh, funcionário da prefeitura, afirmou que mais de 100 carros foram queimados e 30 casas foram incendiadas ou danificadas. Mais de 350 palestinos ficaram feridos. Muitos sofreram as consequências da inalação de gás lacrimogêneo, informou o Crescente Vermelho palestino. Até o momento não aconteceram detenções, segundo as forças de segurança israelenses. O exército de Israel informou que retirou dezenas de palestinos de suas casas ameaçadas pelos incêndios em Huwara. O incidente e aumento da tensão acontece um dia após ter sido anunciado pelas autoridades um compromisso para “evitar novos atos de violência”, após uma reunião na Jordânia. Ainda na tarde de domingo, um palestino foi morto a tiros quando as forças de Israel e colonos entraram em Zaatara, outra localidade próxima de Nablus, no norte da Cisjordânia. “Queremos segurança, mas a responsabilidade de garanti-la depende exclusivamente do exército”, declarou nesta segunda-feira Esty Yaniv, mãe dos dois colonos assassinados. “Eu peço que não façam justiça por conta própria e que deixem que as forças de segurança cumpram sua missão”, afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O ministro da Defesa do Estado hebreu, Yoav Gallant, insistiu durante uma visita a Huwara que “não se pode tolerar esta situação, na qual os cidadãos fazem justiça por conta própria”. O ocorrido repercutiu no cenário internacional. A França criticou o ataque dos colonos e considerou “inaceitável a violência contra civis palestinos”. O governo da Alemanha afirmou que é “urgente” trabalhar para “evitar que a situação, já muito tensa, fique ainda mais grave”.
*Com informações da AFP