A adolescente de 14 anos, que foi apreendida por suspeita de matar o enteado dela, de 4 anos, em Nova Ubiratã, a 506 km de Cuiabá, foi solta, nesta segunda-feira (27). Segundo o delegado da Polícia Civil responsável pela investigação, Bruno França, as provas indicam que a confissão da adolescente não está sendo sustentada.
A adolescente foi apreendida na última sexta-feira (24). De acordo com a Polícia Civil, ela apresentou três versões enquanto era conduzida à delegacia. Antes de admitir o crime, ela afirmou que um homem tentou cometer violência sexual contra ela e matou o menino.
Depois, disse que a criança teria cometido suicídio e, ao ser questionada novamente, confessou o crime e contou que matou a criança por ela ser "muito arteira".
"A investigação não pode ser guiada apenas pelo depoimento da adolescente. Por isso, a Polícia Civil está fazendo diligências para apurar todos os fatos, como ocorreram, enfim, a dinâmica do crime que vitimou essa criança para chegar ao completo esclarecimento do homicídio", afirmou o delegado.
Jefferson Miguel Mann de Almeida, de 4 anos, foi socorrido pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu) para ser levado para Feliz Natal, 538 km da capital. A equipe médica fez seguidas manobras de reanimação, mas a criança não resistiu aos ferimentos e, conforme boletim de ocorrência, morreu nos braços da avó dentro da ambulância.
Segundo a PM, a adolescente desferiu dois golpes de faca no peito e no braço do enteado, no lado esquerdo do corpo. O cabo da Polícia Militar Alexandre Souza Ferreira, que atendeu a ocorrência no local, contou que a adolescente estava sozinha na casa com o enteado no momento do homicídio.
Segundo ele, o pai trabalha em uma fazenda distante do distrito e estava fora há cerca de três dias.
"Ela disse que a criança estava brincando e depois começou a bagunçar, gritar e ela acabou "perdendo a cabeça" e a esfaqueou", disse.
O pai de Jefferson, segundo o policial, é separado da mãe biológica e tinha a guarda do menino. O homem, no entanto, ainda não foi localizado.
"A criança morava com o pai, mas nesse período que ele estava para a fazenda, ela ficava com a avó paterna, mas, nesse momento do fato, estava aos cuidados da menor", explicou Alexandre.