Política CV NA ASSEMBLEIA

Wilson revela que 3 deputados pediram "privilégios" para chefes de facções em MT

Deputado sugere que ex-secretário pode desvendar esquema

Por Comando da Notícia

03/05/2023 às 09:47:12 - Atualizado há

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) usou espaço do programa que apresenta na TV Mato Grosso, nesta terça-feira (2), para afirmar que não cometeu prevaricação diante da polêmica envolvendo a declaração dele de ter sido barrado em bairros de Cuiabá por líderes de facções criminosa. Ele afirmou que já havia denunciado a situação ao governador Mauro Mendes (UB) e ao próprio ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante.

A reação de Wilson acontece após o Ministério Público Estadual (MPE) abrir uma investigação para averiguar se há procedência na denúncia. A investigação foi instaurada nesta terça-feira conforme documento assinado pelo promotor de Justiça, Marcos Regenold da Silva.

A polêmica reascendeu no fim de semana, ocasião em que o governador cobrou do parlamentar nome e sobrenome do colega de Parlamento eleito com apoio de membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Wilson rebate dizendo que já havia comunicado o gestor sobre o assunto quando o entrevistou na estreia de seu programa.

"No dia 8 de março deste ano, a primeira entrevista que fiz, foi com o governador Mauro Mendes. Foram mais de 40 minutos de conversa. Me recebeu em seu gabinete. Chegou o momento que eu disse a ele o seguinte: em setembro do ano passado, fui barrado em dois bairros por facções criminosas. E vou dar o nome ao ser senhor 1° de Março e João Bosco Pinheiro. Dois bairros que eu ajudei fundar no ano de 1991", começou.

Neste contexto, reafirma que não prevaricou. Vale destacar que o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, também pediu que o Wilson desse o "nome aos bois", afirmando se ele soubesse de uma informação parecida seria o primeiro a levantar.

PRIVILÉGIOS

Wilson explicou em seu programa que comunicou a situação ex-secreário da Sesp e revelou que foi o próprio Bustamante quem informou sobre pedido de deputados estaduais sobre o restabelecimento de tomadas elétricas nas celas dos líderes de facções criminosas e quem teria esses tais nomes seria Alexandre Bustamante. "Depois que eu fui barrado nos bairros de Cuiabá, proibido de entrar nos bairros, proibido de levar o meu nome na campanha eleitoral, no dia seguinte eu procurei o secretário de Segurança Pública (na época, Alexandre Bustamante), que era o meu dever como parlamentar, porque eu não podia prevaricar diante das ameaças. Eu disse a ele: secretário, aconteceu isso, fui barrado no primeiro de março, fui barrado no João Bosco Pinheiro. Eu quero que o senhor tome providências, esse é o meu papel", frisou.

Segundo Wilson, até três parlamentares teriam solicitado privilégios para membros de organizações criminosas. "Conversa vai, conversa vem, ele disse: Wilson, já esteve aqui anteriormente, dois ou três colegas seus, deputados estaduais, que também vieram falar comigo, mas não pedir essas providências. Eles pediram outras providências. Eu perguntei: quais providências eles pediram secretário? Eles pediram que eu recolocasse as tomadas elétricas nas celas onde estão os líderes das facções criminosas aqui em Cuiabá e em Várzea Grande. Eu perguntei: quais são esses deputados? Wilson, eu não posso falar agora. Eu não vou dizer. Eu insisti, mas ele não me disse. Eu também não sei quais são os nomes, eu também não sei quais são os deputados. Se eu soubesse, vocês me conhecem, pela coragem que tenho, eu diria quais são os nomes. Mas eu não tenho os nomes. Quem tem é o ex-secretário de Estado, Alexandre Bustamante", colocou.

Fonte: FOLHA MAX
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