Com a morte da rainha Elizabeth II em 8 de setembro de 2022, Charles III tornou-se rei imediatamente.
Com a morte da rainha Elizabeth II em 8 de setembro de 2022, Charles III tornou-se rei imediatamente. Isso aconteceu porque ele é o primogênito da monarca que ficou 70 anos à frente do trono britânico. Então, conforme segue a tradição, caso ele morra ou renuncie, William, atual príncipe de Gales e o primeiro filho do rei com Lady Diana, é o primeiro na linha de sucessão, seguido por seu filho, George. Harry, duque de Sussex, o segundo filho de Charles III, só aparece na quinta posição – isso enquanto os seus sobrinhos não tiverem filhos, porque quanto maior esse número, mais ele se distancia do trono britânico. Ou seja, as chances dele se tornar rei são praticamente nulas. William e Catherine são muito populares entre os britânicos – mais do que Charles III, que após se tornar rei passou a assumir a quinta figura mais popular da família real – e têm a difícil tarefa de rejuvenescer uma monarquia que desperta pouco entusiasmo entre as gerações mais jovens. Apesar da maioria dos britânicos permanecer a favor da monarquia, o apoio ao rei diminuiu entre os mais jovens, segundo uma pesquisa realizada virtualmente pelo instituto YouGov em meados de abril, revelou que 58% dos 4.592 britânicos entrevistados acredita que um monarca é melhor do que um chefe de Estado eleito democraticamente. Charles III será coroado neste sábado, 6, às 11h (7h no horário de Brasília), em uma cerimônia para mais de 2.000 pessoas e com duração de aproximadamente duas horas. Tanto William como Harry, sobre o qual pairavam dúvidas sobre sua presença, comparecerão ao primeiro evento de coroação em 70 anos – a última cerimônia tinha sido de Elizabeth II, que contou com mais de 8.000 pessoas e durou três horas.
Um filho de um fazendeiro britânico, Simon Abney-Hastings, é a única pessoa na coroação que poderia reivindicar o trono britânico. Ainda que pareça improvável, a hipótese é baseada na pesquisa do historiador britânico Michael Jones. Ele descobriu há duas décadas, na catedral francesa de Rouen, um documento que, a seu ver, prova que o rei inglês Edward IV (1442-1483) era ilegítimo. Segundo Jones, durante as cinco semanas em que Edward pode ter sido concebido, seu pai Ricardo, duque de York, estava a 160 quilômetros de sua esposa, Cecília Neville. Como resultado, o pesquisador argumenta que Edward não era o herdeiro legítimo do trono e que a linha de sucessão deveria ter passado para o irmão mais novo, George, um ancestral direto de Abney-Hastings. Embora sem terras ou casas no Reino Unido, a linhagem de Simon Abney-Hastings, 48 anos, lhe rendeu o antigo título escocês de Conde de Loudoun. Seu pai, Michael, emigrou do Reino Unido para a Austrália em 1960. Ele mora atualmente em Wangaratta, no estado australiano de Victoria, e recebeu o convite para a cerimônia de coroação ao mostrar que seus ancestrais tradicionalmente desempenhavam um papel importante nas coroações dos monarcas ingleses.
A descoberta de Jones foi um choque para a família Abney-Hastings há quase 20 anos. Uma equipe de documentaristas britânicos o visitou em sua casa australiana em 2004 para o programa de televisão “Britain’s Real Monarch” (“O verdadeiro monarca britânico”, em tradução livre). E, para surpresa de toda a família, eles anunciaram que Michael era quem realmente deveria estar sentado no trono britânico como o rei Michael I. Após sua morte em 2012 aos 69 anos, o direito passaria para seu filho Simon. O advogado e secretário particular de Simon Abney-Hastings, Terence Guthridge, disse que “ele nunca teve essa opinião”, embora os historiadores pensem que ele tenha direito ao trono. Na verdade, ele sempre foi um “leal e firme apoiador” da rainha Elizabeth II e de seu filho, Charles III. “Cartões de aniversário ou cartões de Natal são enviados todos os anos”, acrescentou.
*Com informações da AFP