Nesta sexta-feira, 19, em um seminário sobre reforma tributária promovido pelo Grupo Lide, que reuniu líderes empresariais e autoridades políticas de todo o Brasil, foram debatidas as dificuldades de uma reforma ampla devido aos inúmeros interesses de diversos setores.
Nesta sexta-feira, 19, em um seminário sobre reforma tributária promovido pelo Grupo Lide, que reuniu líderes empresariais e autoridades políticas de todo o Brasil, foram debatidas as dificuldades de uma reforma ampla devido aos inúmeros interesses de diversos setores. Para o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é preciso avançar, mesmo com um texto que não seja completo, sob risco do país perder competitividade: “Há anos falamos sobre a desindustrialização do Brasil. O Brasil está perdendo participação industrial e isso é muito importante. No entanto, uma das causas mais relevantes disso é exatamente a questão tributária. Não só a questão da carga tributária em cima da indústria, mas também da complexidade”. Em entrevista à Jovem Pan News, o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu um fatiamento da reforma tributária para que se consiga otimizar os tributos e minimizar a guerra fiscal entre os entes federativo: “Não é fácil você poder conciliar uma medida única para que ela venha mudar 100% daquilo que já existe. Então, o que nós pregamos é fazer algo gradual, como nós fizemos também na reforma política e estamos avançando”.
“Vamos fazer aquilo que todo mundo está dizendo. Vamos trabalhar na simplificação, vamos começar então pelos tributos federais, vamos descontingenciar e desburocratizar essa máquina toda”, afirmou Caiado. O governo do presidente Lula (PT) tem o objetivo de aprovar o texto da reforma ainda neste primeiro ano de gestão. Ainda no evento do Lide, o ex-ministro do Desenvolvimento, Luís Fernando Furlan, destacou que a simplificação tributária é tema fundamental da reforma: “Eu ficaria muito satisfeito com um sistema de simplificação, facilitação da vida do empreendedor e também transparência para o consumidor saber o que está pagando”.
Em conversa com jornalistas, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), avaliou que o ambiente de negócios precisa ser simplificado, o que passa pela aprovação da reforma. Por outro lado, Nunes fez um apelo por cautela para que não haja perda de arrecadação: “Existe a possibilidade da PEC 46, que separa em unificação dos tributos federais, unificação dos tributos estaduais e unificação de tributos municipais, de uma forma mais paulatina e segura, o que me parece o mais razoável (…) A ideia é fazer da reforma algo sólido e importante, de simplificação, agilidade no processo, mas não uma aventura com um risco muito grande se der alguma coisa errada”.
*Com informações do repórter Daniel Lian