A Grécia vai às urnas neste domingo, 21, a partir das 7h (1h em Brasília), para as eleições legislativas, em um momento em que o país ainda luta por resposta e justiça pelos mais de 50 mortos em uma tragédia ferroviária em fevereiro, uma catástrofe que evidenciou as graves falhas no sistema ferroviário grego, e que desencadeou várias manifestações, sendo a maior dela no dia 8 de março, em que quase 65 mil pessoas foram às ruas.
A Grécia vai às urnas neste domingo, 21, a partir das 7h (1h em Brasília), para as eleições legislativas, em um momento em que o país ainda luta por resposta e justiça pelos mais de 50 mortos em uma tragédia ferroviária em fevereiro, uma catástrofe que evidenciou as graves falhas no sistema ferroviário grego, e que desencadeou várias manifestações, sendo a maior dela no dia 8 de março, em que quase 65 mil pessoas foram às ruas. Logo o acidente, o partido de direita Nova Democracia (ND), a qual pertence o atual primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, viu sua diferença para seu principal rival Syriza – o partido de extrema-esquerda do ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras -, diminuir. Mitsotakis está no poder desde 2019, e especialistas acreditam que não deva ter um vencedor nesta primeira votação, sendo necessário que uma segunda votação seja realizada no mais tardar no início de julho, informou o premiê. Neste ano, 440 mil jovens entre 17 e os 21 anos, vão poder votar e, pela primeira vez, quem está no exterior também poderão exercer seu direito sem precisarem regressar ao país.
Atualmente, três partidos aparecem entre os mais bem posicionados para a votação. O Novo Democrata, que atualmente detém 158 dos 300 lugares no Parlamento, e aparece à frente com cerca de sete pontos percentuais. Dentre suas principais apostas estão reduzir os impostos, alcançar o crescimento anual de 3% e aumentar o investimento direto estrangeiro e reduzir o desemprego para menos de 8%. Na segunda posição aparece o seu principal opositor do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, o partido de esquerda Syriza, do ex-premiê Alexis Tsipras. Ele promete aumentar os salários e as pensões, limitar as margens de lucro no setor de energia, reduzir o horário de trabalho semanal, proteger os direitos das minorias e abolir o fundo de resgate bancário da Grécia, o HFSF. O Syriza foi derrotado nas últimas eleições pelo Novo Democrata. Na terceira posição dentre as principais intenções de votos está o Pasok-Kinal, um partido de centro-esquerda liderado por Nikos Androulaki. Em 2019 eles conseguiram 22 das 300 cadeiras. Eles apostam na transição ecológica, ou seja, reduzir o uso do carvão e apostar no gás natural Também querem um sistema nacional de saúde mais forte, aumento do salário do setor público e uma maior transparência e meritocracia no Estado. Segundo a ‘Euronews’, neste ano, o candidato mais votado poderá precisar de 46% dos votos para ganhar.
No começo do mês, a Suprema Corte da Grécia proibiu a participação nas eleições de um partido político fundado por um ex-membro da organização neonazista Amanhecer Dourado, que cumpre uma forte pena de prisão, de acordo com uma fonte judicial. Com isso, Ilias Kassidiaris, ex-porta-voz da Amanhecer Dourado e líder do partido de extrema-direita Os Helenos, fica impossibilitado de concorrer nas legislativas. A proibição de um partido de participar é uma novidade desde a restauração da democracia na Grécia em 1974, após sete anos de ditadura dos coronéis, segundo especialistas. Em fevereiro, o Parlamento adotou uma emenda à lei eleitoral de 2021 que indicava que um partido político não pode participar das eleições se sua liderança foi condenada por pertencer a uma organização criminosa. A decisão final cabia à Suprema Corte. Antes dessa proibição, Ilias Kassidiaris, que criou sua própria formação meses antes de sua prisão em outubro de 2020, havia denunciado “um golpe de Estado inimaginável contra a democracia” ao deixar de fora da votação “centenas de milhares de eleitores” de seu partido.
*Com informações da AFP