O regime do Irã executou mais de 350 sentenças de morte nos primeiros seis meses do ano, a maioria delas relacionadas a drogas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, sediada na Noruega.
O regime do Irã executou mais de 350 sentenças de morte nos primeiros seis meses do ano, a maioria delas relacionadas a drogas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, sediada na Noruega.
“Pelo menos 354 pessoas, incluindo seis mulheres, foram executadas nos primeiros seis meses de 2023”, destacou o grupo em um relatório que ressalta que 206 dessas execuções estão relacionadas a crimes de drogas, um aumento de 126% em relação ao mesmo período do ano passado. A ONG denuncia que as autoridades informaram apenas sobre 43 execuções, o que representa 12% do total.
Até 71 pessoas – 20% do total – das executadas pertenciam à minoria baluche, uma etnia predominante sunita que reside principalmente na província de Baluchistão, próxima à fronteira com o Paquistão.
Essa província foi alvo de intensas operações da Guarda Revolucionária durante a repressão brutal dos protestos em setembro do ano passado. Centenas de baluches morreram em ações da Guarda Revolucionária em Zaheda e Jash.
No ano passado, pelo menos 576 pessoas foram executadas, muito acima das 314 executadas em 2021. Até agora, a Anistia Internacional já contabilizou 282 execuções para este ano, de acordo com sua própria contagem. “A pena de morte é usada para gerar medo social e evitar mais protestos”, lamentou o diretor do Iran Human Rights, Mahmud Amiri-Moghaddem.
A maioria dos mortos são vítimas de baixo custo para a máquina de matar: acusadas ??por drogas das comunidades mais marginalizadas”, acrescentou. A Anistia Internacional classificou abertamente essas execuções como “guerra aos pobres”.
Em maio, pelo menos 107 ex-líderes mundiais assinaram uma carta aberta em apoio aos manifestantes iranianos que lutam pela democracia e pediram que a Guarda Revolucionária (IRGC) seja colocada na lista negra.
Também em maio, o regime iraniano executou três homens condenados por participarem dos protestos pela morte de Mahsa Amini no ano passado, o que levou à condenação dos governos ocidentais.