Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a jornalista Joyce Ribeiro.
Nesta semana, o programa Mulheres Positivas recebeu a jornalista Joyce Ribeiro. Protagonista entre os negros da imprensa nacional, ela conversou com a apresentadora Fabi Saad sobre as novas políticas contra o racismo no mercado de trabalho. “A forma como todas as questões raciais determinam o mercado a estrutura das empresas, tudo isso vem numa transformação constante. Hoje a gente está em outro momento. Esses novos profissionais de hoje já têm outro olhar. Hoje a gente fala de letramento racial, que acontece não só nas famílias negras, mas em toda a comunidade”, explicou. “São mais de duas décadas, eu me considero uma otimista nesse sentido de perceber o avanço e o caminhar, apesar de estarmos longe de uma situação favorável. A gente ainda perde muitos talentos e muitas potências de muita gente que poderia estar rendendo em inúmeras profissões, mas a gente debate e coloca o problema. Tenta, a passos lentos, encontrar outros caminhos”, opinou.
Com passagens pela Record, SBT e TV Cultura, Joyce Ribeiro contou que, desde o início de sua carreira, teve a certeza de que seu sonho era trabalhar na televisão. “Em 1998, eu estava na faculdade e fiz um estágio. Eu era mais ligada à área de entretenimento. Comecei como produtora, pauteira, fiquei lá mais ou menos um ano. Tive a oportunidade de ter minha primeira chance em TV, que era o que eu queria fazer mesmo, mas quando a gente está na faculdade tenta todas as possibilidades e agarra o que aparece primeiro. Essa porta abriu dentro de uma televisão, e eu pude me testar de diversas maneiras”, recordou. “Era uma TV muito pequena, todo mundo tinha que desempenhar diversas funções para conseguir colocar o programa no ar. Pude me observar, como pauteira e como repórter, depois tive as primeiras oportunidades como apresentadora. Foi ali que eu vi que era isso mesmo o que eu queria. Estudar mais e seguir esse caminho logo na primeira chance que eu tive, com certeza, fez toda a diferença”, disse.
Em sua carreira, a jornalista conta que nem sempre esteve cercada de motivação, mas buscou se reencontrar nas circunstâncias de maior dificuldade. “Esses momentos são inevitáveis, lidar com o diferente é inevitável. Teremos que enfrentar pessoas que não estarão felizes com nossa felicidade, nosso sucesso. O que eu vejo com mais de 20 anos nessa estrada é que nosso olhar vai se transformando e, muitas vezes, o que parecia uma montanha era só um grão de areia”, comparou. “Se tem algo que posso dividir é isso, a persistência e a insistência trazem o resultado. Parece história fácil e bonita para contar, mas se eu não tivesse insistido, apesar da vontade de desistir… Foram várias e inúmeras vezes que eu estava no limite. Reunir forças e continuar no dia em que você não está bem, em que você está triste, no dia em que alguém que você admirava puxa o seu tapete. Nesses dias você tem que parar e pensar”, aconselhou.
Como livro, Joyce indicou um best-seller da literatura brasileira contemporânea, “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior. “Fala das nossas questões brasileiras, de regionalidades, da mulher brasileira e nossa relação com a terra. Vale muito a pena. Tem um ritmo incrível”, contou. Como filme, ela trouxe o sucesso “Em Busca da Felicidade”, protagonizado por Will Smith. Como inspiração, a jornalista homenageou o trabalho de Gloria Maria. “Minha primeira referência no jornalismo, observei muito, acompanhei cada reportagem”, pontuou. Ribeiro ainda aconselhou as telespectadoras e leitoras a acreditarem em seus sonhos. “Muitas vezes, a gente cresce numa situação em que é levada a não acreditar naquilo que a gente tem de mais genuíno, que é a nossa vontade”, concluiu.