A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está investigando a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ouviu o líder da organização, João Pedro Stédile.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está investigando a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ouviu o líder da organização, João Pedro Stédile. Durante o depoimento, o líder do MST fez críticas ao agronegócio e evitou responder perguntas do relator da CPI, deputado Ricardo Salles.
Stédile foi questionado sobre uma associação que controla o site do MST, assina convênios e recebe recursos públicos em nome do movimento. Segundo o relator, essa associação recebeu R$ 2 milhões em recursos da União, incluindo repasses da Petrobras e do BNDES. O líder do MST afirmou desconhecer esses repasses financeiros.
Durante seu depoimento, Stédile aproveitou para promover as ações do MST e criticar o agronegócio, em especial a Aprosoja. Ele afirmou que o agronegócio está dividido entre aqueles que estudam e apoiaram o ex-presidente Lula, e aqueles que só pensam em ganhar dinheiro, chamando esta última parcela de “agronegócio burro”.
Stédile também afirmou que políticos ligados a partidos de esquerda, como o PT e o PSOL, fazem parte do movimento, mas não têm influência sobre ele. Os nomes desses parlamentares serão indicados no relatório elaborado pelo deputado Salles.
“Uma parcela do agronegócio ainda vai para o céu, porque eles estão se dando conta que eles podem ganhar dinheiro, podem aumentar produtividade com outras práticas. Agora, aquele agronegócio burro, que só pensa em lucro fácil, esse está com os dias contados”, disse Stedile.
“O agronegócio está dividido: a metade que tem juízo, que estuda, apoiou o Lula e é a parcela representada pelo [ministro da Agricultura, Carlos] Fávaro. A outra parcela do agronegócio que insiste em só ganhar dinheiro é a Aprosoja [Associação Brasileira dos Produtores de Soja], que só pensa em ganhar dinheiro e não tem responsabilidade com o meio ambiente”, continuou o líder do MST.
Para ele, uma parte já tem consciência de limites e está “migrando para uma outra agricultura, que chamam agora de maneira mais simpática de agricultura regenerativa”.