O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez comentários sobre a extensão do poder da Casa em um momento de “relaxamento excessivo”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez comentários sobre a extensão do poder da Casa em um momento de “relaxamento excessivo”.
Lira destacou que os deputados e líderes não reagiram bem às declarações de Haddad. “Nós não criamos tensão. Ficamos surpresos. Como mencionei em minha declaração, considero que foi inadequado. Talvez o ministro tenha se mostrado excessivamente relaxado em uma entrevista”, disse Lira, ao ser questionado se a atmosfera na Câmara estava mais tranquila após o desentendimento com o ministro da Fazenda. “Não estamos interessados em aumentar as tensões, mas o posicionamento foi necessário”, acrescentou. Ontem, Lira divulgou um comunicado sobre o assunto em sua conta no Twitter.
De acordo com o deputado, não existe clima para votar esta semana o novo arcabouço fiscal, uma proposta fundamental para o governo. “Nós não geramos tensões, eu não acredito em tensão. Ficamos surpresos. Como mencionei em minha declaração, considero que foi inadequado, talvez o ministro tenha sido excessivamente relaxado em uma entrevista”, afirmou nesta terça-feira (15).
“Em primeiro lugar, gostaria de tranquilizar a todos de que a Câmara nunca foi e nunca será irresponsável com questões essenciais para o Brasil”, afirmou Lira a jornalistas ao chegar ao Congresso. Na segunda-feira, 14, após o desentendimento com Haddad, uma reunião sobre o arcabouço que estava programada para ocorrer na residência oficial de Lira foi cancelada. “Temos até 31 de agosto para aprovar o novo conjunto de regras fiscais. Infelizmente, ontem não foi um dia propício. Alguns líderes não desejavam que a reunião acontecesse naquele dia”, explicou.
Em uma entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, exibida ontem, Haddad declarou que a Câmara possui “um poder muito significativo” e não deve usá-lo para “desprezar” o Senado e o Executivo. Essas declarações geraram desconforto na liderança da Câmara, que considerou a postura do membro do Partido dos Trabalhadores (PT) como inadequada. Haddad é visto pelos parlamentares como o “principal articulador político” do governo Lula. O ministro afirmou que entrou em contato com Lira para esclarecer a situação e recebeu do deputado uma sugestão de declaração pública para evitar mal-entendidos.