A oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) do 8 de Janeiro encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de prisão preventiva do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e diz que o general cometeu os crimes de omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de Justiça.
"A oposição, com base no artigo 129 da Constituição Federal, através da PGR, entra com o pedido de prisão do senhor ex-ministro (do Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias", disse o deputado.
O pedido de prisão foi feito após o depoimento do general à CPMI nesta quinta-feira (31). Em sua fala, Dias negou que tenha participado da organização dos ataques ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto, mas admitiu que pediu para que seu nome fosse retirado de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foi enviado à Comissão Mista Controle e Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso.
O general também disse que acessou o Palácio do Planalto durante a invasão, mas que não fez nada para deter os manifestantes.
Para a oposição, as declarações de Dias são contraditórias e sugerem que ele teve participação nos ataques.
Presidente da CPI diz que há incompetência de todas as forças de segurança
Em entrevista nesta quinta-feira, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que os depoimentos ouvidos até o momento mostram que houve incompetência tanto da polícia quanto do Gabinete de Segurança Institucional.
Para Maia, é preciso deixar o viés político da discussão e descobrir, no caso de todos os envolvidos, onde houve dolo (intenção) e onde houve culpa.
Força Nacional deve ser ouvida
A CPMI já aprovou requerimentos com pedido de informações à Força Nacional de Segurança Pública, mas rejeitou um requerimento do senador Sérgio Moro (União-PR) para a convocação do coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, que comandava o Batalhão de Pronto Emprego da corporação na época dos ataques.
Ainda há 14 requerimentos não votados que pedem a convocação de representantes da força pela CPI para prestarem depoimento.
GAZETA BRASIL