A ex-parlamentar venezuelana e líder política María Corina Machado, líder nas pesquisas com candidatos presidenciáveis de oposição, denunciou violação a direitos humanos e à democracia na Venezuela em audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal.
A ex-parlamentar venezuelana e líder política María Corina Machado, líder nas pesquisas com candidatos presidenciáveis de oposição, denunciou violação a direitos humanos e à democracia na Venezuela em audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal.
Corina, que participa do debate por videoconferência, afirmou que, há anos, está proibida de sair do país e de viajar de avião, mesmo internamente. Ela também destacou os empecilhos colocados pelo governo e perseguições realizadas contra opositores.
“Em um ato inconstitucional, [o governo] anunciou inabilitar-me a cargo político por 15 anos, sem nenhuma justificativa, por meio de um ato administrativo de uma pessoa de terceiro nível [do governo]. Tem mais de 10 anos que não apareço na televisão venezuelana, pública nem privada. [Apareço na] pública quando buscam me atacar. Semana passada fecharam um programa de rádio porque me entrevistou por 15 minutos ( ) Estão sendo torturados 298 presos políticos civis e militares”, disse.
Corina também alertou para a crescente insegurança pública na Venezuela. Ela afirmou que o grupo El Tren de Aragua, conhecido pela crueldade de seus atos, possui aliança com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Ninguém se sente seguro. Hoje, 61% do nosso território está sob controle de grupos criminosos. Se fala de mais de 40 grupos, somados a guerrilhas, cartéis mexicanos, dissidentes das Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], grupos de extração ilegal de minerais Tolerados ou estimulados pelo próprio regime. El Tren de Aragua já tem operação em países da América Latina, inclusive no norte do Brasil, em aliança com o PCC”, afirmou.
A líder venezuelana, mesmo inabilitada, concorrerá às eleições primárias que ocorrerá no dia 22 de outubro. Para ela, isso indica um momento de união das oposições no país.