A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu nesta quinta-feira, 26, um evento para apresentar propostas a serem levadas para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28).
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu nesta quinta-feira, 26, um evento para apresentar propostas a serem levadas para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28). O objetivo do encontro é que governos de diversas economias possam chegar a acordos sobre políticas públicas para limitar o aumento da temperatura global e os impactos associados às mudanças climáticas. A edição deste ano será realizada em Dubai entre novembro e dezembro. O setor de agropecuária brasileira enxerga na conferência uma oportunidade de reforçar ações de sustentabilidade e iniciativas voltadas para o mercado de carbono. O presidente da CNA, João Martins, entregou o posicionamento do setor para a COP-28 para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “Nossa agropecuária tem grande potencial para manter positivo o balanço de emissões. Não só para garantir o desenvolvimento próprio, mas para ações globais de cobenefícios providos por parte do agro brasileiro”, defendeu Martins.
O documento aponta que o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas e do Acordo de Paris está intrinsecamente ligado à promoção da agropecuária baseada em inovação contínua, na ciência e tecnologia, na preservação e sustentabilidade, em políticas de desenvolvimento sustentável e de incentivos econômicos, além do reconhecimento das ações implementadas. “A possibilidade de reduzir os impactos de eventos climáticos extremos, de agregar inovação para pequenos, médios e grandes produtores e de aprimorar continuamente a produção, aliando adaptação e mitigação, será importante para o alcance das contribuições do setor agropecuário às NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas], ação inerente ao desenvolvimento da agropecuária brasileira. Por fim, representa uma potencial oportunidade de desenvolvimento sustentável, investimentos em tecnologias e inovação, acesso aos mercados de carbono e financiamento e ampliação do acesso aos mercados internacionais”, afirma o posicionamento.
O grupo também indicou pontos relevantes para os negociados brasileiros que participarem do evento. Para a CNA, os representantes do Brasil precisam reforçar o compromisso com a eliminação do desmatamento ilegal até 2030. Além disso, a confederação cita a importância de reconhecer a relação entre as emissões cumulativas históricas e o aumento da temperatura média global; fortalecer os compromissos com os meios de implementação/financiamento climático como pilar essencial para apoiar os países em desenvolvimento; ampliar a cooperação sistêmica internacional e a coerência entre as ações climáticas; fortalecer o papel das NDCs como elemento basilar das ações climáticas; criar uma obrigação de vincular o financiamento climático oriundo do Green Climate Fund, entre outros.
“Por fim, é relevante considerar que o Brasil estará no centro das discussões multilaterais nos próximos anos. Como país-presidente do G20, do Conselho de Segurança das Nações Unidas e sede da COP30, é estratégico que o Brasil defina seu plano de implementação da NDC em 2024, partindo dos planos setoriais e do aperfeiçoamento da Política Nacional de Mudanças do Clima. Somente assim será possível planejar e atualizar a NDC em 2025, atentando- -se para o timing adequado para que o Brasil, sediando a COP30, demonstre o alcance das suas metas e renove seus compromissos vis-à-vis às NDCs das outras Partes, que deverão compor uma nova fase – espera-se que mais ambiciosa – de ações globais diante do Acordo de Paris”, finaliza o documento.