O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da China, Xi Jinping, se reuniram nesta quarta-feira, 15, na Califórnia, com o objetivo de diminuir as tensões entre as duas superpotências.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da China, Xi Jinping, se reuniram nesta quarta-feira, 15, na Califórnia, com o objetivo de diminuir as tensões entre as duas superpotências. “O planeta Terra é grande o suficiente para que os dois países tenham sucesso”, disse Xi à imprensa antes de iniciar a aguardada cúpula, na qual se esperava que temas espinhosos como Taiwan, sanções e comércio fossem abordados. “Desde que se respeitem mutuamente, coexistam em paz, serão totalmente capazes de superar suas diferenças”, acrescentou Xi, através de um tradutor. “Dar as costas não é uma opção”. Segundo líder norte-americano, houve um progresso real no encontro. “Valorizo a conversa que tive com o presidente Xi”, disse Biden na rede X, antigo Twitter. “E hoje alcançamos um progresso real”. Em seu primeiro encontro tête-à-tête em um ano, ambos os líderes defenderam a redução das tensões entre Estados Unidos e China.
Biden e Xi caminharam durante a reunião pelos exuberantes jardins da propriedade Filoli, uma opulenta mansão a cerca de 40 quilômetros de San Francisco, onde está ocorrendo esta semana a reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), do qual ambos os países são membros. Ao final do encontro, que durou cerca de quatro horas, segundo a Casa Branca, Biden disse que as conversas transcorreram “bem” e mostrou os polegares para cima para os jornalistas, enquanto Xi acenava. “O senhor e eu lideramos as relações entre China e Estados Unidos (…) Espero ansiosamente por um intercâmbio aprofundado”, disse a Biden, que falou em seguida. “Senhor Presidente, nos conhecemos há muito tempo. Nem sempre concordamos (…) mas nossas reuniões sempre foram francas e diretas”, disse Biden. É “essencial que nos entendamos verdadeiramente, de líder para líder”, destacou o presidente americano.
I've just concluded a day of meetings with President Xi, and I believe they were some of the most constructive and productive discussions we've had.
We built on groundwork laid over the past several months of diplomacy between our countries and made important progress. pic.twitter.com/0RT1q0FZHr
— President Biden (@POTUS) November 16, 2023
Apesar do positivismo, Xi Jinping, alertou que os Estados Unidos devem “parar de armar Taiwan”, mas concordou sobre o restabelecimento da comunicação direta entre seus respectivos exércitos, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês e um veículo de mídia estatal chinês. “O lado americano deveria (…) parar de armar Taiwan e apoiar a reunificação pacífica da China”, disse Xi, segundo um resumo da chancelaria chinesa sobre a reunião entre os dois líderes na Califórnia. “A China conseguirá a reunificação, e isso é inevitável”, acrescentou Xi sobre o futuro desta ilha com um governo autônomo e democrático, que Pequim considera um território a ser recuperado. Os líderes “concordaram em retomar, com base na igualdade e no respeito, a comunicação de alto nível entre os exércitos” nesta quarta-feira, disse a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Eles também concordaram em iniciar conversas entre os dois governos sobre o uso de inteligência artificial e estabelecer um grupo de trabalho de cooperação contra drogas, disse a Xinhua. Xi disse ao seu interlocutor que a China não pretende “superar ou derrubar os Estados Unidos” e destacou que “os Estados Unidos não devem conspirar para suprimir e conter a China”. “A China não seguirá o antigo caminho da colonização e pilhagem, nem seguirá o caminho errado da hegemonia quando um país se torna forte”, disse Xi, segundo a Xinhua. O líder chinês também repreendeu Biden pelas medidas e sanções tomadas pelos Estados Unidos contra o gigante asiático e suas empresas. “As ações americanas contra a China em relação ao controle de exportações, supervisão de investimentos e sanções unilaterais prejudicam gravemente os interesses legítimos da China”, disse. “Sufocar a ciência e a tecnologia da China é frear o desenvolvimento chinês de alta qualidade e privar o povo chinês de seu direito ao desenvolvimento”, acrescentou.
*Com informações da AFP