Durante este Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres,em 25 de novembro, Mato Grosso se viu, por mais um ano, diante de números alarmantes de feminicídios, que apontam para a urgência de ações concretas para combater a violência de gênero no estado. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.437 casos de feminicídio em 2022, marcando um aumento de 7,7% em relação ao ano anterior, tendência seguida por Mato Grosso.
O estado ocupou a 4ª colocação no ranking nacional, com uma taxa de 2,6 casos por 100 mil habitantes. Rondônia lidera a lista, registrando a maior taxa proporcional, com 3,1 casos por 100 mil habitantes. Em termos absolutos, Mato Grosso contabilizou 47 casos de feminicídio no mesmo período.
O termo feminicídio, que se refere ao assassinato de mulheres motivado por violência doméstica, menosprezo ou discriminação à condição de mulher, joga luz sobre uma realidade preocupante em Mato Grosso, onde 46,5% dos casos de assassinatos de mulheres em 2022 foram classificados como feminicídios.
Em um trágico episódio recente, a jovem Paulina Luz Amorim, 23 anos, foi brutalmente assassinada pelo ex-companheiro a facadas na presença de seu filho de pouco mais de 1 ano, no município de Querência, situado a 945 km a nordeste de Cuiabá. O crime ocorreu no próprio sábado, 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 12h, após relatos de que o agressor havia matado a ex-mulher e estava mantendo a criança como refém. Ao chegar ao local, os policiais encontraram o suspeito deitado no chão, abraçado com a criança, enquanto Paulina jazia sem vida, vítima de ferimentos de faca. O agressor justificou o ato alegando ter visto mensagens no celular da vítima.
Testemunhas informaram aos militares que já fazia um tempo que o casal não estava mais junto. O suspeito foi encaminhado para a delegacia de Polícia e a Polícia Civil foi acionada para dar continuidade no caso. Ainda não há informações se a vítima já havia sofrido ameaças do assassino anteriormente.
180 como canal de denúncias e informações
"Nossa ligação mais forte em defesa das mulheres". Com esse slogan, o Ministério das Mulheres lançou no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, uma nova campanha do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher. A iniciativa, que integra as ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, inclui vídeo, cartazes e cards educativos com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população brasileira para a prevenção e o enfrentamento à violência de gênero.
"Para que possam buscar e acessar a rede de serviços o mais rápido possível, as mulheres precisam ter informações e orientações adequadas sobre as violências que estão passando. Por isso, o Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial, pois o acesso à informação sobre direitos pode salvar vidas", afirma a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Um dos destaques da nova campanha é a divulgação, em cartazes e cards, do atendimento do Ligue 180 via WhatsApp. Lançado em abril deste ano, o canal funciona pelo número (61) 9610-0180 e, até outubro deste ano, já havia realizado 5.204 atendimentos por meio de mensagens. Inicialmente, o atendimento é feito eletronicamente pela atendente virtual Pagu, mas a qualquer momento uma atendente da central pode ser acionada.
Todas as ligações para o Ligue 180 são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo que permite acompanhar o andamento diretamente com a Central de Atendimento à Mulher, por telefone fixo ou celular. Basta ligar para o número 180 para fazer o acompanhamento.
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