ASecretaria Estadual de Educação (Seduc) aponta que 8% dos estudantes do ensino médio na rede pública abandonaram a escola em 2023 em Mato Grosso. O número representa cerca 7 mil alunos, se considerado os 87 mil estudantes matriculados no Ensino Médio no Estado. O índice de evasão escolar teve um queda expressiva, se comparado ao ano de 2022, quando 12% abandonaram os estudos - o que equivale a 10,4 mil estudantes.
Segundo o secretário Alan Porto, a evasão ainda é um grande problema a ser combatido na educação, que foi agravado e ainda sente efeitos da pandemia da Covid-19.
"Nossos especialistas falam que vamos levar em torno de cinco anos para superar todos os efeitos. A pandemia foi uma tragédia também na educação, no mundo inteiro. Nós ficamos no Brasil quase dois anos com as escolas fechadas. Tivemos grandes impactos. Temos mais três anos pela frente para recompor o aprendizado dos estudantes e recuperar esses alunos", analisa o gestor.
Conforme avalia Porto, diversos fatores podem fazer com que um aluno deixe de estudar, como a necessidade de trabalhar, dificuldades de aprendizado, problemas dentro de casa, uma gravidez na adolescência, bullying, violência dentro das escolas. Por isso, é importante um acompanhamento multidisciplinar.
"Nós fizemos um diagnóstico para entender quais são os problemas emocionais, quais são os maiores violências que acontecem dentro de sala de aula, a questão do bullying, racismo, desigualdades sociais que estão ali. Com base nesse resultado, temos um núcleo de mediação escolar com práticas restaurativas. Fazemos análise do porque aquele aluno evadiu, existe uma equipe de saúde que monitora a vida emocional do professor também", informa.
A evasão escolar acaba gerando uma maior desigualdade social, com consequências diretas nos estudantes e indiretas na sociedade como um todo. Por causa disso, Porto afirma que é essencial medidas que busquem reduzir esse indicador. A meta é que o índice de evasão escolar caia para 6% em 2024.
Uma das medidas tomadas pela Pasta, segundo o secretário, foi o início de um projeto piloto no último ano em Cuiabá, em 50 escolas, onde foram contratados psicólogos e assistentes sociais para um acompanhamento de perto. Esse projeto deve ser expandido para todas as escolas.
"Precisamos deixar o espaço da escola cada vez mais atrativo e acolhedor, ter uma alimentação adequada, entregar o material escolar, o uniforme, ter uma sala transformada para esse estudante do século 21 para atrai-lo e deixar o professor mais motivado", defende.
Kethlyn Moraes | RDNews