empresária e influenciadora digital Taiza Tosatt Eleoterio da Silva é suspeita de aplicar golpes através de uma pirâmide financeira em supostos serviços de investimentos oferecidos pela empresa dela e de mais dois sócios em Cuiabá.
O caso foi mostrado pelo Domingo Espetacular, da TV Record, na noite desse domingo (21). Segundo a reportagem, a Delegacia do Consumidor instaurou inquérito e está investigando o caso, que começou a ser apurado, inicialmente, pela Polícia Federal - assista reportagem.
Taiza se apresenta a frente de uma empresa de investimentos financeiros e chega a dizer que os cursos onlines dela pode dar R$ 100 mil por mês para uma pessoa. A empresa, DT Investimentos, teria o médico Diego Flores e o policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, com quem Taiza já havia sido casada, como sócios. A empresa atraía pessoas interessadas em investir em ações. Ricardo Ratola era o gestor de negócios, já o médico cirurgião geral Diego Flores atuava como diretor administrativo.
"Um médico, um policial federal, com uma empresária de sucesso, você sente uma certa segurança, ainda mais envolvendo amigos", disse uma das vítimas Lucas Gomes, empresário.
Formada em direito, nos últimos anos Taiza passou a ser empresária. Nas redes sociais, ostenta beleza e vida de alto padrão. Nos anúncios, ela dizia aos possíveis clientes que os valores aplicados poderiam render um salário de R$ 105 mil e os juros investidos poderiam render até 5% ao mês.
A empresa afirmava que o dinheiro do cliente não era usado para operar e que um contrato de compra de cotas em participação nos lucros era feito. No entanto, depois de uns meses, segundo a reportagem, o dinheiro dos clientes desaparecia.
"Posso dizer hoje que eu estou rica. Pelo menos o problema do dinheiro não existe, já é um alívio", disse Taiza em um dos seus vídeos.
A corretora de imóveis Mayara Almeida, também caiu no golpe. Ela recebeu por dois meses o dinheiro repassado pela empresa. Depois disso, o dinheiro investido desapareceu. "Eu tinha uma boa condição financeira e hoje estou endividada por causa disso", desabafa.
Os juros prometidos podiam chegar a 5% ao mês dependendo do valor investido. Se precisassem do dinheiro, o prometido era que os clientes poderiam resgatar e receber em até dois dias úteis. Dezenas de pessoas apostaram o que tinham e caíram no golpe e muitos levaram familiares junto. Uma das vítimas, um empresário, chegou a investir R$ 500 mil. A Polícia Civil investiga que haja pelo menos 50 vítimas.
As vítimas afirmam que Taiza é muito manipuladora e articulada. "Eu não gosto que o cliente colocar dinheiro e ficar inseguro, entendeu? Começa com R$ 10 mil, daqui a seis meses coloca mais R$ 10 mil, até se sentir segura. A gente busca de 2 até 6% de lucro no dia", explicou Taiza em dos áudios divulgados.
"A organização vai captando investidores e prometendo retornos muito além do mercado. Esses investidores, além de ingressarem na pirâmide, vão captando novos interessados. E quando a base não suporta o topo, que está acima, aqueles que já estão recebendo seus juros, ela acaba desmoronando e causando prejuízo para quem ingressa por último", explicou o delegado Rogério Ferreira.
Nem amigos e familiares escaparam dos golpes. Primos de Taiza, Diego e Cristina, estão entre as vítimas. "É uma pessoa da família, que eu tenho um acesso, que está dentro da minha casa, daí veio essa confiança", explicou Cristina.
Investigação
A superintendência da Polícia Federal regional de MT foi quem deu início às investigações. A quebra do sigilo bancário revelou que em mais de 1 ano a DT Investimentos movimentou mais de R$ 15 milhões em transações no débito e no crédito. O inquérito policial foi remetido a esfera estadual.
Os três estão sendo investigados por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Outro lado
A defesa do policial federal Ricardo Ratola disse que é inocente e que enquanto era casado com Taiza, o negócio nada tinha a ver com pirâmide financeira. "Ele também se tornou uma vítima e agora em sua defesa nós vamos mostrar sua inocência. Quando ele identificou que os pagamentos não estavam sendo feitos corretamente para os investidores, eles se separaram de fato do casamento e ele se afastou da empresa, passou apenas a cobrá-la para que cumprisse com os contratos que eles haviam assinados com os investidores", afirmou o advogado Affonso Diel.
Por meio de nota, a Defesa de Diego Flores diz que ele nunca foi sócio de Taiza e que não tem responsabilidade sobre o negócio. Ele disse também que todos os esclarecimentos sobre o caso estão sendo prestados à Justiça. Diego continua atuando como médico em cuiaba.
Taiza é a única que ainda não prestou depoimento à polícia. Em vídeo, a defesa alega que a empresária não provocou o golpe financeiro. "A senhora Taiza sempre esteve a disposição da Justiça. Podemos afirmar categoricamente que não se trata de golpe, longe disso. Toda e qualquer situação será devidamente esclarecida dentro da questão legal e dos órgãos investigativos", afirmou o advogado Vinicius Segatto.
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