Valtinho Miotto alega que transava com outras mulheres e "funcionava muito bem"
"Vagabunda e biscate velha". Foram com essas palavras que o suplente de deputado estadual e ex-prefeito de Matupá, (700 km de Cuiabá) Valter Miotto (MDB), de 63 anos, se referiu à sua ex-esposa Edilene Claro durante uma discussão do casal, num período em que eles ainda estavam juntos.
No áudio, divulgado pelo site PNB Online, nesta segunda-feira (29), a mulher questiona as traições do marido. Miotto foi denunciado pela, agora, ex-esposa por violência doméstica e patrimonial, além de ser acusado de ter importunado sexualmente uma ex-servidora da Prefeitura, em 2020, quando ele era o prefeito do Município.
À Polícia Militar, a vítima relatou que foi até o gabinete do gestor para lhe entregar uma chave. Ao pegar a chave, o Miotto teria tentado agarrar a jovem à força.
Não satisfeito, teria passado a mão nas nádegas dela. É sobre esse episódio que o casal discute.
No teor da conversa, além de xingamentos, é exposto que o suplente de deputado estadual não estaria, supostamente, honrando com seus "compromissos sexuais" com a esposa, mas sim com outras "mulheres" na rua. "Faz 10 anos que não funciono? Não funciono pra você e você sabe disso. Vagabunda, vem querer gozar que a coisa não funciona. Funciona com qualquer outra mulher. Nós não temos mais nada. Te falei quando acabou a campanha. Vagabundinha, sua biscatinha velha [sic]", revela o áudio.
O caso envolvendo a suposta importunação sexual é investigado pela Polícia Civil e aguarda conclusão do inquérito civil para ser encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) que irá analisar se aceita ou não a denúncia.
O CASO
Valter Miotto foi denunciado pela ex-mulher, Edilaine Claro, por violência psicológica e patrimonial. Na ação, ela afirma que se casou com o ex-prefeito de Matupá em 2006, com quem teve uma filha. A mulher alega que, durante o período em que permaneceram juntos, sofreu violência psicológica, sendo agredida verbalmente e que até mesmo era proibida de sair publicamente sem a permissão de Miotto.
A ex-mulher alega ainda que foi proibida de colocar o seu sobrenome na filha do casal e que Miotto sempre a tratava como um objeto. Nos autos, foi revelado ainda que eles têm residência em Matupá, mas que as filhas dela, do primeiro casamento, residem em Porto Alegre. A outra filha, fruto do relacionamento de ambos, está estudando na Suíça, com despesas estimadas em R$ 1 milhão, pagas pelo suplente de deputado estadual.
No processo, a ex-mulher de Miotto aponta que o ex-prefeito sempre arcou com todas as despesas dela, além de lhe dar uma "mesada", o que gerou um pedido de "compensação" de R$ 324 mil, além de uma pensão de 40 salários-mínimos (R$ 56,4 mil). Por conta da separação, Edilaine Claro da Silva afirmou que não tem dinheiro para se sustentar e que está contando com a ajuda de familiares, ressaltando ainda que teme pela sua integridade física, já que considera o suplente de deputado como uma pessoa "explosiva".
Na decisão assinada no dia 21 de novembro do ano passado, o juiz Anderson Clayton Dias Batista afirmou que ficou configurado nos autos um cenário de violência psicológica e patrimonial, determinando assim a aplicação de medidas protetivas contra o ex-prefeito. Miotto, com isso, não pode manter contato com a ex, além de ter que obedecer a uma distância mínima de 200 metros. Por fim, o magistrado determinou o pagamento de uma prestação de alimentos provisionais de R$ 40 mil.
OUÇA O ÁUDIO: