Mato Grosso CANDIDATAS INAPTAS

Vídeo de aprovada em concurso público repercute e vereadores irão apurar denúncias de discriminação

Vereadora cita que recebeu ao menos três denúncias e que acompanha os casos das profissionais da educação

Por Jhayne Lima| Agora MT

31/01/2024 às 08:35:58 - Atualizado há

Na última segunda-feira (30), o vídeo de uma candidata aprovada no Concurso Público do município repercutiu nas redes sociais e já conta com mais de 31 mil visualizações. A educadora Giulyane Panlandim Santana afirma que, mesmo trabalhando na área há seis anos, foi considerada inapta após passar pela perícia médica. "Eu passei em 1º lugar no concurso público de Rondonópolis como PCD, porém fui classificada inapta por conta desse trecho: "Em seu laudo médico, refere-se locais cheios que exijam interação social que não agreguem o que a candidata não considera prazerosa, a exemplo de festas cheias e bailes". Eu realmente não frequento baile funk, não frequento festa sertaneja e fui em balada duas vezes na minha vida. Eu tenho algumas características do autismo mas eu acredito que isso não poderia me considerar inapta porque minha saúde física está ok", disse a candidata no vídeo.

A vereadora Kalynka Meirelles (Republicamos) disse que recebeu denúncias de outros casos de discriminação. "Pessoas com 40 e 45 anos que estariam com as mesmas características de algumas patologias, por exemplo de pessoas com problema no ombro ou na coluna, que foram consideradas inaptas enquanto pessoas que têm a mesma dificuldade motora, mesma patologia, mas que são mais jovens e não foram consideradas inaptas. A gente quer entender quais foram os critérios utilizados para considerar essas pessoas inaptas mesmo tendo laudo afirmando que elas têm condições de trabalho", explicou.

Kalynka Meirelles afirmou que o objetivo de cobrar o município em relação à essa situação das candidatas é ter a garantia de uma convocação clara e justa. "A própria Giulyane que passou em primeiro lugar PCD, foi super bem e mesmo assim foi considerada inapta, alegando que ela não conseguia ter o convívio social, participar de festa, de lugares onde tem barulho. Ela já dá aula há seis anos e a gente entrou em contato com a própria secretária de Gestão de Pessoas para poder tentar entender a situação", disse.

No caso da Giulyane, a vereadora afirmou que foi marcado uma reavaliação. "Ela tem todos os atestados de que consegue dar aula, ter domínio de sala de aula, inclusive ela passou no seletivo em Jaciara e já assumiu sala de aula. A gente não quer que em momento nenhum seja feita segregação por idade ou por alguma deficiência. De forma alguma a gente pode segregar uma pessoa autista que tem uma capacidade comprovada e retirar essa pessoa de um concurso que ela passou. Durante toda essa semana estaremos acompanhando a situação junto com outros vereadores para deixar tudo o mais claro possível", disse a vereadora.

O líder do Poder Executivo na Câmara Municipal, vereador Reginaldo Santos (SD) disse que 19 pessoas foram consideradas inaptas após a perícia médica. "Precisamos deixar claro que existe uma junta médica formada por um servidor de carreira, uma médica de cargo de confiança e um outro médico que é do Instituto de Previdência. Mais de 500 pessoas que foram chamadas na primeira convocação e 19 foram consideradas inaptas. Essas pessoas podem recorrer, inclusive conversei com a Carla [secretária] e vamos fazer uma reunião com os médicos para compreender a situação. Nós precisamos sim da clareza e na quinta-feira teremos uma reunião de vereadores com essa junta", disse o vereador.


Fonte: AgoraMT
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