A espirulina, uma alga azul-verde encontrada em habitats como o Oceano Pacífico, próximo ao Japão e Havaí, e em grandes lagos de água doce, como o lago Chad na África, o lago Klamath na América do Norte, o lago Texcoco no México e o lago Titicaca na América do Sul, tem sido valorizada historicamente por civilizações antigas na África e América, destacando-se seu uso tanto na dieta quanto na medicina.
A espirulina, uma alga azul-verde encontrada em habitats como o Oceano Pacífico, próximo ao Japão e Havaí, e em grandes lagos de água doce, como o lago Chad na África, o lago Klamath na América do Norte, o lago Texcoco no México e o lago Titicaca na América do Sul, tem sido valorizada historicamente por civilizações antigas na África e América, destacando-se seu uso tanto na dieta quanto na medicina.
Atualmente, esse alimento é escolhido não apenas por atletas em busca de melhor desempenho e recuperação após esforços físicos intensos, mas também por aqueles que buscam aprimorar seu bem-estar, devido à sua qualidade em proteínas, aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais essenciais e ácidos graxos essenciais.
Inicialmente classificada como parte do reino vegetal devido aos seus ricos pigmentos e capacidade fotossintética, a espirulina pertence ao reino bacteriano (cianobactérias) devido à sua composição genética, fisiológica e bioquímica. Esta alga verde-azulada de água doce possui diversos nutrientes e é geralmente bem tolerada quando cultivada em condições controladas. Quando seca, transforma-se em um pó arenoso, mas sua consistência natural é semelhante à de um queijo untável.
Sendo considerada um alimento “milenar”, a espirulina tem sido objeto de diversas pesquisas científicas sobre seu valor nutricional para o organismo. Tratada como uma bactéria, ela possui efeitos diretos na microbiota, saúde geral e mental. Diversos estudos indicam um teor proteico entre 60% e 70% de seu peso seco.
A espirulina apresenta um perfil nutricional completo, destacando-se como uma fonte significativa de proteínas de alta qualidade essenciais para o organismo. Contendo todos os aminoácidos essenciais, torna-se um complemento ideal para dietas vegetarianas ou veganas. Quanto ao fornecimento de vitaminas, inclui um amplo espectro com A, C, E e várias do complexo B, com destaque para a B12, geralmente difícil de obter em fontes vegetais.
Além de sua riqueza em proteínas e vitaminas, a espirulina é uma fonte significativa de minerais cruciais como ferro, magnésio, cálcio e zinco. Seus ácidos graxos essenciais omega-3 e omega-6 são fundamentais para a saúde neuronal e cardiovascular. Possui pigmentos como clorofila e ficocianina, conferindo sua cor azul-verde característica, fortalecendo sua capacidade antioxidante e antiinflamatória, beneficiando o sistema imunológico e a saúde digestiva. Pesquisas recentes sugerem sua contribuição na regulação do açúcar no sangue e melhoria da saúde cardiovascular, influenciando positivamente nos níveis de colesterol e triglicérides.
Destaca-se uma revisão científica realizada em 2022 por especialistas da Universidade de Foggia e da Universidade de Bari, na Itália, publicada na revista Nutrients, alertando sobre os possíveis benefícios neuroprotetores da espirulina. O estudo indica propriedades na redução do estresse oxidativo e ação antioxidante, contribuindo na luta contra doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla. Os cientistas ressaltam que a espirulina, devido a seus componentes, fortalece a resposta imunológica, compensa deficiências nutricionais e melhora as funções cerebrais.
Estudos anteriores mencionam um aumento nos níveis de glutationa e uma redução nos níveis de malondialdeído após a ingestão de espirulina, evidenciando melhorias no aprendizado de roedores. Esses resultados apontam para o potencial da espirulina na prevenção e tratamento de condições neurodegenerativas, embora seja necessário realizar mais estudos para compreender completamente seus mecanismos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Politécnico Nacional (IPN) do México em 2006 reforça os benefícios da espirulina, destacando seus altos níveis de proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais. Alega-se que ela contribui para o controle do colesterol, facilita a digestão, elimina toxinas do sistema digestivo e intestino, reduz cãibras, combate a fadiga mental e possui propriedades antioxidantes, antivirais e anticancerígenas, oferecendo benefícios contra várias patologias.
Apesar dos benefícios identificados, a espirulina pode não ser adequada para todos, especialmente para aqueles com condições médicas específicas ou que estão tomando certos medicamentos, devido às suas propriedades anticoagulantes. Grupos desaconselhados incluem mulheres grávidas ou em período de amamentação, pessoas com hiperuricemia, doenças da tireoide, hepáticas ou distúrbios autoimunes. A consulta médica prévia é crucial antes do consumo, especialmente para pessoas com condições de saúde preexistentes. Não é apropriada para menores de idade devido às especificidades de sua composição e potenciais efeitos no organismo.
A espirulina não conquistou apenas seu espaço na saúde natural, mas também na culinária moderna. Seu processo de transformação, indo do estado natural até sua comercialização, inclui desde a encapsulação em comprimidos – disponíveis em lojas de produtos naturais – até sua apresentação em pó, perfeita para dissolver em água ou ser usada como inovador substituto de farinha em diversos pratos, tornando-se um ingrediente versátil na cozinha.
Entretanto, sua introdução na dieta contemporânea deve ser feita com cautela. Apesar de se apresentar de forma prática em pó, comprimidos e cápsulas, e poder ser adicionada a uma infinidade de receitas para enriquecê-las nutricionalmente, é fundamental começar o consumo em doses pequenas e aumentá-las gradualmente devido ao seu sabor intenso e propriedades marcantes.
Além disso, é crucial garantir sua procedência para evitar a presença de toxinas e, em casos de condições médicas específicas ou uso de certos medicamentos, buscar a orientação de um profissional antes de integrá-la à alimentação. A espirulina, apesar de ser um superalimento com múltiplos benefícios respaldados até mesmo pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, deve ser consumida de maneira informada e responsável.