Na noite de terça-feira (19), a viúva de Marielle Franco, Monica Benicio, criticou o pronunciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública de Lula, Ricardo Lewandowski, dizendo que a delação premiada de Ronnie Lessa, policial preso pelo assassinato da ex-vereadora do Rio, foi homologada.
De acordo com Benicio, o “pronunciamento do Ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas”.
“Transformar os fatos deste caso num espetáculo já virou prática corriqueira de diversos veículos de imprensa, contra a qual tenho lutado duramente. O que me causou surpresa, realmente, foi ver um Ministro de Estado agir do mesmo modo, em especial, com o fechamento vazio de seu pronunciamento, ao dizer ‘brevemente pensamos que teremos resultados concretos", disse Monica.
“Queremos respostas concretas. Espero que a próxima coletiva convocada seja para fazer um pronunciamento de ordem concreta e realmente comprometida com a justiça”.
“Fui surpreendida, junto a milhões de brasileiros, pela notícia de que o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, daria hoje uma coletiva de imprensa sobre o caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O STF homologou a delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o executor. Sem dúvida, esse é mais um passo importante na direção da conclusão do caso, pela qual lutamos e esperamos há 6 anos. Nós, familiares de Marielle e Anderson, não aguentamos mais a falta de respostas sobre quem mandou matar Marielle e nem promessas vazias sobre especulações de prazos que não se sustentam, só servem pra aumentar a nossa dor e a nossa ansiedade. Isso é desrespeitoso conosco, familiares e amigos que perdemos pessoas amadas e vivemos com a ausência de justiça.
O assassinato brutal da minha esposa é uma mácula na democracia brasileira e nos levou a questionar que tipo de democracia é essa na qual um grupo é autorizado a usar a violência e a morte como forma de fazer política. Democracia essa que precisa ter um compromisso intransigente com a verdade e a memória para fazer reparação. A impunidade não pode prevalecer. Precisamos, todos, de Justiça.
Mas esse pronunciamento do Ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas.
Transformar os fatos deste caso num espetáculo já virou prática corriqueira de diversos veículos de imprensa, contra a qual tenho lutado duramente.
O que me causou surpresa, realmente, foi ver um Ministro de Estado agir do mesmo modo, em especial, com o fechamento vazio de seu pronunciamento, ao dizer "brevemente pensamos que teremos resultados concretos".
Queremos respostas concretas. Espero que a próxima coletiva convocada seja para fazer um pronunciamento de ordem concreta e realmente comprometida com a justiça”.