O empresário Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), anunciou em seu perfil oficial na rede social que estaria disposto a fornecer internet gratuita para todas as escolas do Brasil, caso o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rompa os contratos com a Starlink, sua empresa de internet por satélite.
A declaração de Musk surge em meio a um contexto político tenso, após o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, ter levantado a possibilidade de reavaliação dos contratos do governo com a Starlink.
Anteriormente a esse anúncio, a Starlink havia divulgado uma oferta especial de desconto em pacotes de internet para clientes no Brasil. O valor do kit da empresa foi reduzido pela metade, com uma mensalidade sem impostos de R$ 184 até 30 de abril. No entanto, essa iniciativa ocorre em meio a conflitos entre Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após o empresário desafiar o bloqueio de contas investigadas na plataforma. Em resposta, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais.
Segundo um levantamento da BBC News Brasil, a Starlink é líder no mercado de internet por satélite no Brasil, especialmente em regiões isoladas, como nos Estados da Amazônia Legal. Até julho do ano passado, aproximadamente 90% das cidades da região utilizavam os serviços de banda larga fixa por satélite da empresa de Musk.
A parceria entre o governo brasileiro e a Starlink foi estabelecida durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o objetivo de levar internet para 19.000 escolas em áreas rurais do país. Além disso, o acordo incluía o monitoramento do desmatamento e dos incêndios ilegais na Amazônia.
A proposta de Elon Musk de fornecer internet gratuita para as escolas brasileiras levanta questões importantes em um contexto político já complexo, enquanto o país enfrenta desafios significativos na área da educação e no desenvolvimento de infraestrutura digital.
GAZETA BRASIL