Evitar aglomeração e expor crianças a pessoas doentes são os principais meios de frear disseminação da doença
A Prefeitura de Barra do Garças, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está preocupada com os frequentes casos de bronquiolite em crianças menores de 2 anos que o município tem registrado. A doença é mais grave nesse grupo, tem lotado os leitos de enfermaria no município e causado alta demanda por vagas em UTI pediátrica e neonatal em Mato Grosso.
A bronquiolite é uma doença respiratória, causada por alguns agentes virais, especialmente o vírus sincicial respiratório (VSR). Ela afeta os pulmões, causando uma inflamação nos bronquíolos, estruturas que podem ficar obstruídas por excesso de muco e dificultar a entrada e saída de ar.
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Pode ocorrer em adultos, mas as principais vítimas são as crianças. Menores de dois anos têm mais chances de desenvolver um quadro grave em razão de o sistema imunológico ainda ser imaturo.
Os sinais da infecção parecem com os de um resfriado comum, incluindo febre baixa, obstrução nasal, coriza e tosse. Segundo a doutora Roberta Martins de Almeida, pediatra no Hospital Municipal Milton Pessoa Morbeck, os pais não devem procurar atendimento médico sem necessidade, mas precisam estar atentos aos sinais de que o quadro está se agravando.
A criança deve ser avaliada por um médico com urgência, se apresentar os sintomas abaixo:
Desconforto respiratório
Respiração ofegante e gemente
Febre alta que não abaixa
Prostração (não brinca, não come, não bebe água)
Coloração da boca mais acinzentada
Nas últimas semanas, o município tem registrado semanalmente casos graves de bronquiolite em crianças pequenas, com indicação para tratamento intensivo neonatal. Com a alta demanda por leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal no estado, a proliferação da doença tem preocupado as autoridades locais.
Como o vírus é transmitido por partículas respiratórias, expelidas sempre que a pessoa espirra, tosse ou mesmo conversa, uma das principais medidas preventivas é evitar aglomeração. Segundo a dra. Roberta, o risco maior é para as crianças menores, por isso, a recomendação é evitar que bebês de até 6 meses tenham contato com doentes e com grande aglomeração de crianças.
Se a família tem filhos em idade escolar, a frequência na creche também deve ser avaliada pelos pais. O afastamento da criança das atividades escolares por um tempo pode ser uma forma de combater a doença nesse período sazonal, que deve se estender durante o primeiro semestre do ano.
Os pais também devem ter a consciência de, se possível, não deixar o filho com sintomas ir para a creche. Assim, evita-se a disseminação de vírus respiratórios entre as crianças.
"A lavagem nasal é uma medida preventiva no caso da bronquiolite", lembra a pediatra. "Ela pode ajudar a prevenir infecções de vias aéreas, quando aplicada duas vezes ao dia." É importante conversar com o médico da família sobre a melhor forma de realizar o procedimento.
Outra recomendação da doutora é que crianças e adultos se vacinem contra a influenza, uma vez que o vírus da gripe também pode causar bronquiolite. "A vacina vai ajudar a diminuir a chance de ter contato com o vírus. Mas ela só é indicada para crianças acima de 6 meses", pondera.