A suspensão da desoneração da folha de pagamento é prevista para gerar um impacto significativo no setor do telemarketing em 2024, com a possível perda de cerca de 30 mil empregos, conforme indicado por dados fornecidos pelo Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing).
A suspensão da desoneração da folha de pagamento é prevista para gerar um impacto significativo no setor do telemarketing em 2024, com a possível perda de cerca de 30 mil empregos, conforme indicado por dados fornecidos pelo Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing). De acordo com o presidente do Sintelmark, Luis Crem, o aumento dos custos das contratações é apontado como o principal motivo por trás desse impacto negativo.
No curto, médio e longo prazos, espera-se que o setor do telemarketing experimente uma diminuição na oferta de empregos, bem como um aumento na automação e na incorporação de tecnologias como a inteligência artificial. Crem observa que essa tendência provavelmente resultará em desemprego, já que as empresas serão incentivadas a adotar tecnologias de automação de atendimento para compensar os aumentos de custos.
Os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram um saldo positivo na criação de empregos nos últimos cinco anos, com mais de 13 mil novos postos de trabalho gerados em todo o país, sendo 1.356 apenas em 2024 (em janeiro e fevereiro). O setor do telemarketing, conhecido por empregar principalmente mulheres, negros e oferecer oportunidades inclusivas, incluindo jovens em seu primeiro emprego e membros da comunidade LGBTQIA+.
Além do setor do telemarketing, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) projeta uma redução de aproximadamente 10% nos 9,7 milhões de funcionários dos 17 segmentos beneficiados pela desoneração. Esses segmentos incluem indústrias têxteis, de máquinas e equipamentos, de proteína animal e de calçados, entre outros.
A desoneração da folha de pagamento, em vigor desde 2011 e prevista para se estender até 2027, foi objeto de debates legislativos e vetos presidenciais, culminando na prorrogação aprovada pelo Congresso Nacional em outubro do ano passado. No entanto, essa prorrogação foi posteriormente vetada pelo presidente e, em seguida, derrubada pelo Congresso em dezembro. No momento, o caso está suspenso no STF, aguardando julgamento, com a decisão provisória favorável ao governo.