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MPF e DPU acionam Justiça contra Google por suposta disseminação de "discurso de ódio" em podcasts de policiais

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) movem ação civil pública na Justiça contra o Google e responsáveis por canais do YouTube em que foram registrados supostos “discursos de ódio” e “incitação à violência”.

Por Comando da Notícia

03/05/2024 às 17:20:50 - Atualizado há
Foto: G1 - Globo

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) movem ação civil pública na Justiça contra o Google e responsáveis por canais do YouTube em que foram registrados supostos “discursos de ódio” e “incitação à violência”.

O objetivo dos órgãos é excluir postagens e regular conteúdo veiculado por policiais em programas de podcast e videocast na plataforma para prevenir “abusos” no direito à liberdade de expressão.

A ação também quer garantir que o Estado brasileiro adote as medidas disciplinares cabíveis, regulando o uso de redes sociais por policiais militares e fiscalize o uso indevido das plataformas por agentes públicos, já que vem sendo, segundo o MPF e a DPU, “disseminadas postagens de policiais com teor violento e discriminatório, incitando a violência e estigmatizando comunidades pobres, negras e periféricas”.

O caso começou a ser investigado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF no Rio de Janeiro, por meio de inquérito civil, após reportagens do Ponte Jornalismo – site de jornalismo independente – destacarem o conteúdo violento veiculado por policiais em diversos canais do YouTube, em programas de podcast e videocast. A DPU também iniciou procedimento similar.

"A falta de investigação sobre os eventos relatados nos vídeos e a ausência de medidas disciplinares em relação à conduta nos podcasts e videocasts são questões extremamente preocupantes. Essa omissão permite que práticas prejudiciais persistam sem consequências, minando a confiança na instituição policial e expondo comunidades a potenciais danos", destacaram Julio Araujo, procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto no Rio de Janeiro, e Thales Arcoverde, defensor regional de Direitos Humanos.

O MPF e a DPU pediram à Justiça Federal a exclusão imediata dos trechos mencionados na ação e a adoção de medidas pelo Google para casos futuros.

Também foi solicitada a fiscalização e moderação, pelo Google, do conteúdo postado em canais específicos, como Copcast, Fala Glauber, Café com a Polícia e Danilsosnider.

O objetivo do MPF e da DPU é que a empresa implemente um planejamento que permita a análise contínua do conteúdo e a rápida exclusão de material discriminatório.

Também foi requerido à Justiça que determine que o Estado regulamente o discurso de ódio ou perigoso por membros da Polícia Militar, incluindo-o na Instrução Normativa nº 0234/2023, adotando as medidas disciplinares em relação aos casos já mencionados e descritos na ação judicial.

O MPF e a DPU solicitaram ainda a condenação do Google ao pagamento de indenização de R$ 1 milhão e, dos policiais militares, de R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Fonte: GAZETA BRASIL
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