Lucas Veloso Peres morreu durante treinamento de salvamento aquático na Lagoa Trevisan
O Corpo de Bombeiros indiciou três militares por envolvimento na morte do aluno soldado Lucas Veloso Peres, de 27 anos, ocorrida em fevereiro, durante treinamento de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
Dois dos bombeiros foram identificados como o capitão Daniel Alves Moura e Silva e o soldado Kayk Gomes dos Santos. O terceiro militar não teve o nome revelado.
O inquérito, segundo a instituição, foi finalizado na terça-feira (14), e encaminhado à 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar. O caso tramita em sigilo.
Daniel Moura e Silva deverá responder por homicídio doloso eventual, enquanto o soldado Kayke Gomes responderá por maus-tratos. Não foi informado o crime imputado ao terceiro servidor.
Agora, o Ministério Público irá analisar o inquérito e poderá denunciar os três militares à Justiça.
O caso
Silva, que é instrutor do curso de salvamento aquático desde julho de 2023, era o capitão responsável pela prática no dia da morte de Lucas.
A investigação do caso apontou que a vítima morreu por afogamento durante o curso. Os militares que supervisionavam foram denunciados por abuso.
Alunos que participaram do treinamento levantaram a hipótese de que a vítima teria recebido alguns "caldos".
O termo é usado para se referir à ação de fazer pressão na cabeça do aluno, empurrando-o com violência até a submersão.
A morte de Veloso é a segunda que ocorre durante curso de salvamento aquático do CBM. O primeiro aluno a perder a vida foi Rodrigo Claro, em novembro de 2016.
Devido à reincidência, nesta sexta-feira (15), o governador Mauro Mendes (União) assinou decreto que determina a gravação de todos os treinamentos da Segurança Pública que tenham algum tipo de risco.