Formigas aprendem mais rápido com cafeína Uma dose de cafeína ajudou as formigas a localizar uma recompensa doce 30% mais rápido, sugerindo que a droga melhora o aprendizado nos insetos. Formigas que bebem uma solução com cafeína podem localizar recompensas doces mais rápido do que formigas sem cafeína, sugerindo que a droga melhora o aprendizado. Para ver como as formigas argentinas (Linepithema humile) respondem à cafeína, os pesquisadores criaram uma arena do tamanho de uma formiga em uma folha de papel de impressora no laboratório. Eles então colocaram uma gota de solução açucarada no papel para uma formiga encontrar.
Algumas soluções não tinham cafeína, enquanto outras tinham quantidades baixas, moderadas ou altas, mas todas foram colocadas no mesmo local. "Tomamos várias medidas de seus caminhos e quão rápido eles foram ao encontrar a fonte de alimento para avaliar se a cafeína está realmente melhorando o aprendizado", diz Henrique Galante, da Universidade de Regensburg, na Alemanha. Dos 142 formigas no estudo, cada uma teve quatro tentativas. As formigas que receberam doses baixas ou moderadas de cafeína seguiram um caminho mais direto para a guloseima doce a cada tentativa, sugerindo que lembraram com sucesso a localização da recompensa.
Formigas sem cafeína seguiram caminhos mais sinuosos que não melhoraram ao longo do tempo. Galante enfatiza que isso não é sobre fazer as formigas se moverem mais rápido, mas mais eficientemente: a cafeína não teve impacto no ritmo das formigas, mas reduziu as voltas e reviravoltas que elas deram para chegar lá. Os pesquisadores descobriram que mais cafeína nem sempre é melhor, no entanto. Formigas que beberam a dose mais baixa – 25 partes por milhão (ppm), que os pesquisadores dizem ser semelhante aos níveis de cafeína encontrados naturalmente em algumas plantas – melhoraram seu tempo de busca em 28%.
Formigas que receberam a dose moderada de 250 ppm – próximo de uma bebida energética – foram ainda mais hábeis, reduzindo o tempo de busca em 38%. Mas a dose mais alta, 2000 ppm, foi fatal. Como as formigas argentinas são uma espécie invasora disseminada e custosa, Galante diz que o trabalho pode informar esforços para controlá-las. Sua equipe está atualmente testando iscas com cafeína no campo, na Espanha, com a esperança de que a droga melhore a capacidade das formigas de aprender a localização da isca – e, por sua vez, ajude a controlar o número de formigas enquanto usa menos veneno.
GAZETA BRASIL