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Estudo inédito revela associação entre tatuagens e aumento do risco de câncer; entenda

Um estudo conduzido na Suécia trouxe à luz uma correlação inédita entre a presença de tatuagens e um aumento do risco de linfoma, uma forma de câncer que afeta o sangue.


Foto: Webfavorita

Um estudo conduzido na Suécia trouxe à luz uma correlação inédita entre a presença de tatuagens e um aumento do risco de linfoma, uma forma de câncer que afeta o sangue. Embora a pesquisa destaque a possível associação, é importante salientar que ainda não há evidências de causalidade direta, sendo necessários estudos adicionais para uma compreensão mais completa.

Publicado na renomada revista científica eClinicalMedicine, do grupo respeitado Lancet, o estudo recebe elogios de médicos não envolvidos na pesquisa por sua robustez e precisão, porém, advertem sobre a importância da cautela ao interpretar os resultados.

Segundo informações do Ministério da Saúde, o linfoma é um tipo de câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções, e tem sua manifestação principalmente nos linfonodos, conhecidos popularmente como “ínguas”.

A pesquisa, baseada nos Registros da Autoridade Nacional Sueca, examinou casos de linfoma maligno diagnosticados entre 2007 e 2017 em pacientes com idades entre 20 e 60 anos. Embora seja destacado que alguns subtipos do câncer são mais comuns em idades avançadas, essa faixa etária foi escolhida para aumentar a probabilidade de encontrar pessoas tatuadas. Um questionário de estilo de vida foi utilizado para distinguir entre aqueles com tatuagens e aqueles sem.

O estudo abrangeu mais de 11,9 mil indivíduos, dos quais 2.938 foram diagnosticados com linfoma. Entre os participantes com linfoma, 21% possuíam tatuagens, enquanto no grupo controle esse número foi de 18%.

De forma geral, os resultados indicaram que pessoas com tatuagens apresentaram um risco 21% maior de desenvolver linfoma em comparação com aqueles sem tatuagens. Além disso, o risco variou dependendo do tempo decorrido desde a realização da tatuagem, sendo mais elevado nos primeiros dois anos (aumento de 81%) e continuando a aumentar significativamente após 11 anos (aumento de 19%).

"É importante lembrar que o linfoma é uma doença rara e que nossos resultados se aplicam a nível de grupo (ou seja, refletem a tendência para uma grande população, mas não devem ser usados para estimar o risco de um indivíduo específico). Os resultados agora precisam ser verificados e investigados mais a fundo em outros estudos, e tais pesquisas estão em andamento", disse a epidemiologista Christel Nielsen, da Universidade de Lund, na Suécia, autora principal do estudo, em comunicado à imprensa.

O grupo de pesquisa da Universidade de Lund declarou que planeja conduzir estudos adicionais para investigar possíveis associações entre tatuagens e diferentes tipos de câncer, bem como explorar conexões com outras doenças inflamatórias.

"As pessoas provavelmente vão querer continuar a expressar a sua identidade através de tatuagens. É muito importante que possamos garantir que isso seja seguro. Para o indivíduo, é bom saber que as tatuagens podem afetar a saúde, e que você deve procurar um médico caso apresente sintomas que acredite que possam estar relacionados a uma tatuagem", afirmou Nielsen no comunicado.

O estudo ressalta a escassez de conhecimento sobre os potenciais impactos de longo prazo das tatuagens na saúde e destaca preocupações sobre a composição das tintas utilizadas. Os pesquisadores apontam para uma considerável variedade de componentes, incluindo substâncias classificadas como cancerígenas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), dentro da heterogeneidade das tintas, compreendendo compostos orgânicos e inorgânicos.

Além disso, evidências de deslocamento de pigmentos da pele para os gânglios linfáticos, demonstradas em estudos anteriores, levantam preocupações adicionais. Relatos de linfonodos contendo pigmentos pretos, mesmo na ausência de sintomas associados, ampliam as preocupações sobre os potenciais riscos à saúde associados às tatuagens.

"Os gânglios linfáticos contêm células em proliferação e são alvos sensíveis para produtos químicos cancerígenos", escreveram os autores no novo estudo. "Parece razoável que a perturbação imunitária causada por produtos químicos relacionados com tatuagens depositados no sistema linfático possa explicar uma associação potencial entre a exposição à tatuagem e o linfoma", sugerem.

No entanto, não encontraram associação de risco com o tamanho de área tatuada. "Ainda não sabemos por que isso aconteceu. Só podemos especular que uma tatuagem, independentemente do tamanho, desencadeia uma inflamação de baixo grau no corpo, que, por sua vez, pode desencadear o câncer. O quadro é, portanto, mais complexo do que pensávamos inicialmente", disse Christel.

Os pesquisadores do estudo ainda observaram que o uso de tratamento a laser para a remoção de tatuagens foi associado a um aumento estimado no risco de desenvolvimento de linfoma.

Saiba tudo sobre os linfomas

Os linfomas são um grupo de cânceres que afetam o sistema linfático, uma parte vital do sistema imunológico do corpo humano. O sistema linfático é composto por uma rede complexa de órgãos, tecidos e vasos que produzem, armazenam e transportam linfa, um fluido claro que contém glóbulos brancos, células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e doenças.

Existem dois tipos principais de linfoma: o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin. O linfoma de Hodgkin é caracterizado pela presença de células anormais chamadas células de Reed-Sternberg no tecido linfático. Já o linfoma não Hodgkin abrange uma variedade maior de subtipos, que podem se desenvolver a partir de diferentes tipos de células linfáticas.

Os sintomas comuns dos linfomas incluem inchaço dos gânglios linfáticos, fadiga, perda de peso inexplicada, febre, sudorese noturna e coceira na pele. No entanto, os sintomas podem variar dependendo do tipo de linfoma e de onde ele se desenvolve no corpo.

As causas exatas dos linfomas não são completamente compreendidas, mas fatores como predisposição genética, infecções virais (como o vírus Epstein-Barr, associado ao linfoma de Hodgkin), exposição a certos produtos químicos ou toxinas e imunossupressão estão associados ao aumento do risco de desenvolvimento desses cânceres.

O diagnóstico de linfoma geralmente envolve uma combinação de exames físicos, análises de sangue, biópsias de gânglios linfáticos ou outros tecidos afetados e exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM). O tratamento varia de acordo com o tipo e estágio do linfoma, mas pode incluir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de células-tronco.

O prognóstico dos linfomas também varia amplamente, dependendo de fatores como o tipo específico de linfoma, o estágio em que é diagnosticado e a resposta ao tratamento. Alguns linfomas têm um prognóstico excelente, com altas taxas de cura, enquanto outros podem ser mais agressivos e difíceis de tratar. O acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.

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