Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), nova pesquisa, liderada por especialistas da Universidade de Nottingham, descobriu que os professores podem estar atribuindo sinais de imaturidade relacionada à idade em crianças a condições como . Os resultados do estudo, publicados na revista European Child and Adolescent Psychiatry, mostraram que os alunos mais jovens de uma turma, com datas de nascimento logo antes da data limite de entrada escolar, estavam sobrerrepresentados entre as crianças recebendo um diagnóstico de TDAH ou medicação para a condição.
Especialistas analisaram como ser uma das crianças mais jovens de uma turma pode influenciar a probabilidade de ser diagnosticado com TDAH ou TEA. O TDAH é uma condição onde os indivíduos têm desafios significativos com a atenção e podem ser excessivamente ativos. O TEA é uma condição de desenvolvimento complexa que se relaciona com a forma como uma pessoa se comunica e interage. O professor Kapil Sayal, da Escola de Medicina da Universidade e autor sênior do artigo, disse: “Esta revisão mostra que os adultos envolvidos em identificar ou levantar preocupações sobre o comportamento de uma criança – como pais e professores – podem estar inadvertidamente atribuindo imaturidade relativa como sintomas de TDAH.
A idade da criança em relação aos seus colegas (sua ‘idade relativa’) precisa ser considerada ao fazer esse tipo de diagnóstico.” Pesquisas detalhadas foram usadas para identificar todos os estudos escritos sobre este tema em todo o mundo. Os pesquisadores revisaram os 32 estudos identificados. A maioria desses estudos focou no TDAH e dois focaram no TEA. Os resultados confirmaram que os alunos mais jovens no ano escolar têm mais probabilidade de serem diagnosticados com TDAH e receberem medicação para isso, em comparação com seus colegas mais velhos. A escala desse efeito de ‘idade relativa’ variou entre os estudos.
Para o TEA, as crianças mais jovens em uma turma também tinham mais probabilidade de serem diagnosticadas, mas mais pesquisas são necessárias devido ao pequeno número de estudos disponíveis. Interessantemente, houve uma diferença mais notável em como os professores classificaram essas crianças mais jovens em comparação com os pais. A Dra. Eleni Frisira, da Escola de Medicina e autora principal do estudo, disse: “Os professores desempenham um papel importante na identificação dos sintomas de TDAH em crianças. Nossos achados sugerem que eles podem ser mais propensos a classificar os alunos mais jovens de uma turma como tendo sintomas de TDAH do que seus colegas mais velhos.
É importante que os professores sejam apoiados ao considerar a idade relativa de uma criança em uma sala de aula quando o TDAH está sendo investigado.” A Dra. Josephine Holland, uma das autoras do artigo, acrescentou: “Este fenômeno tem sido mostrado em pesquisas por mais de uma década, mas saber sobre ele não parece estar mudando a prática.” A pesquisa enfatiza como é importante considerar a idade de uma criança em relação aos seus colegas ao avaliar e diagnosticar condições como TDAH e TEA. Esta é uma mensagem importante para os profissionais de saúde que avaliam crianças pequenas, mas também para professores e pais, ao observar e relatar sintomas.
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