Governador alega que medida não reduzirá violência
O governador Mauro Mendes (UB) se mostrou irredutível com a recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para o uso de câmeras corporais nas fardas de agentes de segurança pública e privada, entre eles policiais. Em entrevista ao Jornal Digital Poder360, nesta terça-feira (11), Mendes garantiu que dará seu "sangue e suor" para não instalá-las em policiais de Mato Grosso.
"Se for uma lei nacional e eu for obrigado a fazer, vou resistir até o última gota do meu sangue e suor, mas espero que o Brasil não seja hipócrita e que o Congresso Nacional tenha clareza disso", defendeu Mendes. A ideia, segundo o Conselho, é traçar um norte, por meio de uma política nacional, para uma possível padronização do uso do equipamento entre os profissionais da área de segurança.
Além disso, o "protocolo" visa diminuir a resistência dos estados à medida. No momento, em cinco unidades federativas as câmeras nas fardas já são realidade e em outros sete estados o uso está em fase de implementação. "O Brasil é um dos países mais violentos do mundo e colocar câmera vai mudar essa realidade? Claro que não, vai inibir essa atuação do policial. No meu Estado eu não vou pedir, nem autorizar, nem mandar colocar câmera nos meus policiais", garantiu o gestor.
Em Mato Grosso, o deputado Wilson Santos (PSD) tenta aprovar, mas sem sucesso, desde 2022 um projeto de lei de sua autoria que acopla câmeras nas fardas dos policiais militares em determinadas operações. No entanto, na visão do chefe do Palácio Paiaguás, o foco maior deveria ser o combate às organizações criminosas e facções criminosas que cada vez mais crescem em todo o território nacional.
"Acho que é um grande equívoco essa discussão porque se instalar câmera em policiais resolvessem o problema eu instalaria no outro dia. Basta perguntar quanto % dos crimes neste país são cometidos por policiais militares? Eu sei que eles não estão traficando drogas, não estão roubando celulares, não estão assaltando ninguém na rua", enfatizou Mendes.