### Planetas Aquáticos Orbitando Estrelas Mortas: Novos Alvos na Busca por Vida Extraterrestre Estrelas mortas, ou anãs brancas, podem ser cenários promissores para a busca de vida em planetas aquáticos, desde que esses planetas possam sobreviver às violentas transformações estelares e reter água por bilhões de anos.
### Planetas Aquáticos Orbitando Estrelas Mortas: Novos Alvos na Busca por Vida Extraterrestre
Estrelas mortas, ou anãs brancas, podem ser cenários promissores para a busca de vida em planetas aquáticos, desde que esses planetas possam sobreviver às violentas transformações estelares e reter água por bilhões de anos. Essa é a premissa de um novo estudo da dinâmica dos sistemas de anãs brancas, que sugere que alguns planetas aquáticos podem, de fato, escapar das adversidades cósmicas e aguardar a detecção e estudo detalhado.
### A Vantagem das Anãs Brancas
Anãs brancas são remanescentes estelares que perderam seu combustível nuclear, tornando-se muito menores e menos luminosas. Juliette Becker, professora de astronomia da Universidade de Wisconsin-Madison e principal autora do estudo apresentado na 244ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, explica que essas características tornam as anãs brancas ideais para estudar exoplanetas. “As anãs brancas são tão pequenas e sem características que, se um planeta terrestre transitasse à sua frente, poderíamos caracterizar sua atmosfera com muito mais precisão”. A luz de uma anã branca passando pela atmosfera de um exoplaneta oferece um sinal muito mais claro dos elementos e moléculas presentes, facilitando a análise dos dados coletados durante os trânsitos planetários.
### Sobrevivendo à Destruição Estelar
No entanto, a jornada de um planeta aquático em torno de uma estrela moribunda é cheia de obstáculos. Estrelas como o nosso Sol, ao esgotarem seu combustível de fusão, se expandem enormemente em seus estágios finais. Becker detalha: “Durante dois pulsos principais, a estrela pode crescer até 100 vezes seu raio normal, engolindo planetas próximos.” Esse período é chamado de Fase de Destruição Nº 1. Mesmo que um planeta escape de ser engolido, ele ainda enfrenta o aumento drástico no brilho da estrela, que pode evaporar seus oceanos. “Os planetas precisam estar a pelo menos 5 a 6 unidades astronômicas (UA) de distância da estrela moribunda para reter uma quantidade apreciável de água”.
### O Período de Calmaria
Após a fase destrutiva, a estrela encolhe e esfria ao longo de bilhões de anos, complicando ainda mais a situação. Um planeta que inicialmente sobreviveu ao intenso calor estaria tão distante que sua água se congelaria. Para sustentar água líquida, um planeta precisaria estar a uma distância de apenas 1% de 1 UA da anã branca.
### Migração Orbital: A Chave para a Vida?
A migração de maré, um fenômeno onde a órbita de um planeta muda devido a instabilidades dinâmicas, pode ajudar. Planetas podem oscilar em órbitas altamente excêntricas antes de se estabilizarem em trajetórias mais próximas à anã branca. “Embora seja uma jornada perigosa para o planeta e difícil para os oceanos sobreviverem, é possível”, afirma Becker.
### O Futuro da Pesquisa de Exoplanetas
O estudo, que contou com a colaboração de Andrew Vanderburg, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e do estudante de pós-graduação Joseph Livesey, sugere que mais pesquisas são necessárias para firmar as probabilidades de planetas habitáveis em torno de anãs brancas. Identificar bons candidatos para hospedar exoplanetas potencialmente habitáveis ajudará a otimizar o uso dos recursos limitados dos telescópios. “Se encontrarmos muitas anãs brancas como boas candidatas, elas podem valer a pena”. “Essas técnicas teóricas nos ajudarão a separar os melhores alvos, evitando o desperdício de tempo com os menos promissores.”
### Conclusão
A possibilidade de planetas aquáticos orbitando anãs brancas abre novas perspectivas na busca por vida extraterrestre. Embora a sobrevivência de tais planetas seja desafiadora, as condições únicas das anãs brancas oferecem um ambiente menos confuso para a caracterização detalhada das atmosferas planetárias, trazendo-nos um passo mais perto de encontrar vida além da Terra.