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Verdades e Mitos sobre Tomar Café com o Estômago Vazio, segundo Harvard

Já foi acusado de diversos males, mas pesquisas recentes revelam uma verdade surpreendente

Por Comando da Notícia

17/06/2024 às 14:54:02 - Atualizado há
Foto: Jornal da Franca

O café, queridinho de muitos pela manhã e durante o dia, há anos é tema de debate acalorado no mundo da saúde. Já foi acusado de diversos males, mas pesquisas recentes revelam uma verdade surpreendente: o café, quando consumido com moderação, pode ser um aliado da saúde!

Enquanto estudos iniciais sugeriam possíveis riscos para a saúde, pesquisas recentes mudaram essa percepção, destacando os benefícios potenciais do consumo moderado de café.

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Este novo entendimento deve-se em grande parte aos estudos detalhados conduzidos por especialistas de instituições renomadas, como a Escola de Saúde Pública TH Chan da Universidade de Harvard.

Quais são os benefícios para a saúde do café?

Segundo o Dr. Frank Hu, diretor do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública TH Chan de Harvard, "a evidência geral é bastante convincente de que o café tem mais benefícios do que malefícios em termos de resultados para a saúde. Para a maioria das pessoas, o consumo moderado de café pode ser incorporado a uma dieta saudável".

Pesquisas recentes apoiam essa afirmação, sugerindo que o consumo de 2 a 5 xícaras de café por dia pode reduzir o risco de várias doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardíacas, câncer de fígado, endometriose, doença de Parkinson e depressão.

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine pelos professores de Harvard Frank Hu e Walter Willett, juntamente com o Dr. Rob M. van Dam, analisou 95 estudos anteriores sobre cafeína e bebidas cafeinadas.

Os autores concluíram que o consumo de três a cinco xícaras padrão de café por dia pode reduzir o risco de várias doenças crônicas. No entanto, eles também alertaram sobre os efeitos adversos do consumo elevado de cafeína, como menor peso ao nascer e maior risco de perda gestacional.

"Os resultados atuais não justificam recomendar o consumo de cafeína ou café para a prevenção de doenças, mas sugerem que, para adultos não grávidas ou amamentando e sem condições de saúde específicas, o consumo moderado de café ou chá pode fazer parte de um estilo de vida saudável", escreveram os autores.

Um estudo realizado em 2020 por Derrick Alperet, pesquisador da Escola de Saúde Pública de Harvard, encontrou uma associação entre o consumo de quatro xícaras de café por dia e uma redução de 4% na gordura corporal. Os cientistas esclareceram que esses benefícios são obtidos desde que o café seja consumido sem creme ou açúcar.

A pesquisa destacou que o café contém compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, que podem ser responsáveis pelos efeitos positivos observados na saúde.

Este achado está em linha com pesquisas anteriores que sugerem que o consumo moderado de café está ligado a um menor risco de desenvolver doenças como diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.

Tomar café com o estômago vazio faz bem à saúde?

A Dra. Trisha Pasricha, gastroenterologista do Hospital Geral de Massachusetts e professora da Escola de Medicina de Harvard, explicou em um artigo do jornal The New York Times que "não há evidências sólidas de que ingerir café com o estômago vazio possa causar danos significativos ao estômago".

Segundo Kim Barrett, da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia e membro da diretoria da Associação Americana de Gastroenterologia, "o estômago possui mecanismos naturais de proteção, como a secreção de uma mucosa espessa que o protege de irritantes". Estudos em larga escala, como um realizado no Japão com 8.000 pessoas, não encontraram ligação entre o consumo de café e a formação de úlceras estomacais.

No entanto, o café tem efeitos temporários no sistema digestivo, como acelerar o trânsito intestinal e aumentar a produção de ácido no estômago. Consumir café sozinho, sem acompanhamento de alimentos, pode reduzir o pH do estômago mais do que se tomado com outras refeições ou com leite, o que teoricamente poderia ser problemático para o esôfago e causar azia, explicou a especialista de Harvard.

De maneira geral, a Dra. Pasricha recomenda que as pessoas considerem seus sintomas. Se experimentarem azia ou gosto ácido após tomar café, pode ser útil reduzir a quantidade, tomar antiácidos ou adicionar leite. No entanto, se não houver sintomas, não há motivo para mudar o hábito.

Os potenciais riscos do consumo de café

Apesar dos benefícios, os pesquisadores de Harvard apontaram que existem certos riscos associados ao consumo elevado de café. Muita cafeína pode causar ansiedade, especialmente em pessoas com transtornos de pânico ou ansiedade. Além disso, o café não filtrado foi associado a taxas mais altas de morte prematura devido a compostos que podem aumentar os níveis de LDL (o chamado colesterol "ruim"). Por isso, os especialistas recomendam preparar o café com filtro de papel e evitar adicionar grandes quantidades de creme ou açúcar.

Além disso, certos grupos devem ter cuidado ao consumir café. Os efeitos da cafeína em crianças ainda não são totalmente conhecidos, e esta pode ser prejudicial durante a gravidez. Além disso, o consumo elevado de bebidas energéticas com cafeína, especialmente quando misturadas com álcool, pode aumentar o risco de efeitos adversos cardiovasculares, psicológicos e neurológicos.

Portanto, o excesso de cafeína pode causar sintomas como palpitações, nervosismo, ansiedade, náuseas ou dificuldade para dormir, explicou Jennifer Temple, professora de ciências do exercício e nutrição na Universidade de Buffalo. Intoxicações por cafeína estão relacionadas ao consumo excessivo de cafeína concentrada, como pós ou suplementos, em um curto período de tempo.

Para adultos saudáveis, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) estabelece um consumo seguro de até 400 miligramas por dia (o que equivale aproximadamente a quatro ou cinco xícaras de café). Essa quantidade geralmente não está associada a efeitos negativos perigosos, mas é importante ressaltar que há uma ampla variação na sensibilidade das pessoas aos efeitos da cafeína e na rapidez com que a metabolizam.

Fonte: GAZETA BRASIL
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