A estratégia do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a guerra na Ucrânia foi questionada nesta segunda-feira, 24, em uma carta na qual 30 congressistas democratas pedem que a Rússia seja diretamente abordada em busca de um cessar-fogo. A carta alega que a “destruição” causada pelo conflito desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, faz com que seja “do interesse da Ucrânia, dos Estados Unidos e do resto do mundo” evitar que se prolongue. “Por esta razão, insistimos para que acrescente ao apoio militar e econômico que os Estados Unidos têm dado à Ucrânia um impulso diplomático proativo e que redobre esforços para buscar um quadro realista para um cessar-fogo”, sublinha a carta, encabeçada pela congressista Pramila Jayapal. Esta é a primeira vez que membros de destaque do próprio partido do presidente pedem publicamente para que ele mude a abordagem. O grupo quer que Biden faça esforços diplomáticos “intensos” em apoio a um acordo de cessar-fogo negociado, que inicie conversas “diretas” com a Rússia e que explore as possibilidades de um novo pacto de segurança europeu aceitável por todas as partes e que permita uma Ucrânia “independente e soberana”.
Se existe uma forma de dar fim a este conflito, preservando simultaneamente a independência da Ucrânia, “é responsabilidade dos Estados Unidos buscar esse caminho diplomático para apoiar uma solução aceitável para os ucranianos”, argumentam os signatários. O quadro desejado poderia incluir “incentivos para acabar com as hostilidades, incluindo alguma forma de alívio de sanções, e reunir a comunidade internacional para estabelecer garantias para uma Ucrânia livre e independente que sejam aceitáveis para todas as partes, em particular os ucranianos”.
“A alternativa à diplomacia é uma guerra prolongada”, advertem os congressistas, que enfatizam que o atual conflito já fez subir os preços do gás e dos alimentos no país. A carta concorda com a gestão de Biden de que não cabe a Washington pressionar o governo ucraniano sobre as decisões soberanas. “Mas, como legisladores responsáveis por gastar dezenas de bilhões de dólares dos contribuintes em assistência militar no conflito, acreditamos que o envolvimento nesta guerra também cria uma responsabilidade para os Estados Unidos de explorar seriamente todas as vias possíveis, incluindo a aproximação direta com a Rússia”, concluem.
*Com informações da EFE