Em um dia de tensão na Bolívia, tropas e tanques tomaram a Plaza Murillo, no centro da capital, em uma tentativa de golpe de Estado. O general Juan José Zúñiga, líder da ação, invadiu o Palácio Presidencial e ameaçou tomar o poder. No entanto, após forte reação popular e mobilização das Forças Armadas leais ao governo, Zúñiga foi destituído como chefe do Exército e preso.
Zúñiga, nomeado chefe do Exército em novembro de 2022, é um forte opositor do ex-presidente Evo Morales, que está inabilitado para concorrer à presidência em 2025. Em entrevista recente, Zúñiga afirmou que prenderia Morales se ele insistisse em sua candidatura.
Ao invadir o Palácio Presidencial e declarar que “o país não pode continuar assim, fazendo o que bem entende”, Zúñiga sugeriu que suas ações visavam remover o presidente Luis Arce do poder e instalar um novo governo. No entanto, ele foi detido antes de concretizar seus planos.
Arce convoca a população e defende a democracia
Diante da tentativa de golpe, o presidente Luis Arce convocou a população boliviana a se mobilizar em defesa da democracia. Em pronunciamento ao lado de seus ministros, Arce afirmou: “O povo boliviano é convocado hoje. Precisamos que o povo se organize e se mobilize contra o golpe de Estado e a favor da democracia”.
O ex-presidente Evo Morales, apesar de suas diferenças com Arce, também se pronunciou contra o golpe, convocando uma “Mobilização Nacional para defender a Democracia”.
Morales busca este ano a indicação para a presidência pelo MAS, enquanto o presidente Arce, no poder desde 2020, não se pronunciou sobre se buscará a reeleição.
Diante da tensa situação em La Paz, a Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que "não tolerará nenhuma forma de quebra da ordem constitucional" na Bolívia.
GAZETA BRASIL