Criminosos começaram com golpes considerados mais "simples" até evoluírem para grandes roubos e criar as próprias empresas para lavagem do dinheiro do esquema.
O grupo alvo da Operação Carga Pesada, nesta quinta-feira (27), por lavagem de mais de R$ 100 milhões, começou o esquema em 2020, com golpes considerados mais "simples", e evoluíram para desvios de grandes cargas de grãos até se tornarem donos de falsas empresas na área do agronegócio nos estados de Mato Grosso e Goiás para movimentar o negócio ilícito.
O grupo usava cerca de 60 empresas, sendo a maioria de fachada, para fraudar, desviar, furtar ou roubar carregamentos de grãos, além de esconder os valores ganhos por meio de crimes.
O delegado responsável pelo caso, Pablo Borges Rigo, explicou ao g1 que os criminosos começaram aplicando dois golpes: golpe do falso médico e golpe "benção tia". Conforme as investigações, eles entravam em contato com a vítima e se apresentavam como médicos ou mandavam uma mensagem se passando por um parente próximo para aplicar roubos.
"Depois de um tempo, eles evoluíram para o desvio de cargas e começaram a aplicar golpes nas transportadoras e nos donos do caminhão ou de armazém de grãos. Eles desviavam a carga para entregar fora do destino e havia a receptação das cargas e, depois, o escoamento dos valores", explicou.
Segundo a polícia, o esquema se tornou mais frequente, até que os criminosos decidiram fundar as próprias empresas e se tornar sócios de outras para conseguir receptar as cargas, fraudar os desvios e, principalmente, lavar o dinheiro.
Nesta quinta, foram 422 ordens judiciais da Operação Carga Pesada cumpridas nas cidades de Querência, Canarana, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, e também em Aragarças, Jussara, Goianira e Goiânia, no estado de Goiás.
A Justiça determinou os seguintes mandados:
Ainda de acordo com as investigações, o grupo criminoso tinha um grande número de empresas que escondiam os ganhos e movimentavam milhões.