O conselho apontou que as unidades apresentam rachaduras, mofos nas paredes e equipamentos quebrados. Além disso, sofrem com a ausência de profissionais.
O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) encontrou um cenário considerado insalubre nas unidades de saúde indígena das regiões de Água Boa e Barra do Garças, durante uma fiscalização realizada entre os dias 17 a 21 de junho. Segundo o Coren, as unidades sofrem com leitos improvisados, paredes com rachaduras e ausência de profissionais.
O conselho explicou que serão enviados relatórios ao Ministério Público (MP) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para que as providências necessárias sejam adotadas.
O g1 procurou o Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI Xavante), responsável pelas unidades da região, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
O Polo de Água Boa serve para o armazenamento de equipamentos e medicamentos. Nesse espaço também ficam pacientes que buscam atendimentos de saúde mais complexos.
O conselho apontou que o local está com rachaduras, mofos nas paredes e equipamentos quebrados. Além disso, a fiscalização também encontrou uma baixa quantidade de medicamentos, sendo insuficiente para atender as unidades.
Outro problema apontado pelo conselho, é a ausência de profissionais. A equipe de fiscalização constatou que no período noturno, pacientes e acompanhantes permanecem no polo sozinhos, já que não há profissionais da enfermagem contratados para fazer o acompanhamento durante a noite.
Um outro ponto que chamou atenção dos fiscalizadores foram os leitos improvisados. Os pacientes e acompanhantes deitam em colchonetes dentro de uma garagem, sem ventilação ou limpeza adequada.
Sobrecarga
O Relatório Situacional feito pela Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde apontou que, em 2022, o Polo de Água Boa chegou a atender 4.758 indígenas, sendo o terceiro maior quantitativo de toda área do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI Xavante).
De acordo com o Coren, esse número é preocupante, já que a ausência de profissionais durante determinados períodos, aliado com as condições insalubres do espaço, afetam diretamente a qualidade do serviço prestado.
Ainda de acordo com o conselho, os profissionais da enfermagem da região não recebem hora-extra ou compensação, e acabam atuando 24 horas por dia, já que ocorrem chamados de urgência após o fim do horário de expediente.