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Magmas Invisíveis Podem Explicar Redemoinhos Lunares Magnetizados

Redemoinhos Lunares Podem Ser Magnetizados por Magmas Invisíveis.

Por Comando da Notícia

03/07/2024 às 19:28:06 - Atualizado há
Foto: Olhar Digital

Redemoinhos Lunares Podem Ser Magnetizados por Magmas Invisíveis. Os redemoinhos lunares, feições sinuosas e de cor clara que adornam a superfície da Lua, têm intrigado cientistas há décadas. Visíveis até mesmo com telescópios amadores, esses redemoinhos se destacam por sua aparência semelhante a pinceladas de uma pintura abstrata. No entanto, novas pesquisas indicam que essas formações não são meros floreios artísticos, mas sim fenômenos complexos que envolvem processos magnéticos e geológicos.

Imagens da NASA revelam que algumas dessas estruturas se estendem por centenas de quilômetros. Dados recentes de modelagem e de espaçonaves ajudaram a desvendar parte do mistério. As análises mostram que as rochas nos redemoinhos são magnetizadas e desviam as partículas do vento solar que constantemente bombardeiam a Lua. As rochas circundantes, por sua vez, sofrem o impacto direto dessas partículas, ficando escurecidas ao longo do tempo devido às reações químicas induzidas pelas colisões, enquanto os redemoinhos permanecem claros.

A grande questão que permanece é: como essas rochas se magnetizaram, considerando que a Lua não possui um campo magnético significativo atualmente? Nenhum astronauta ou rover ainda visitou um redemoinho lunar para investigações diretas. “Os impactos podem causar esses tipos de anomalias magnéticas”, afirma Michael J. Krawczynski, professor associado de ciências da terra, ambientais e planetárias na Universidade de Washington, em St. Louis. Ele sugere que meteoritos, ao colidirem com a Lua, depositam material rico em ferro, potencialmente gerando essas anomalias.

No entanto, ele ressalta que alguns redemoinhos possuem formas e tamanhos que não se encaixam bem nessa teoria. Krawczynski propõe uma outra explicação: “É mais provável que lavas subterrâneas, ao esfriarem lentamente em um campo magnético, criem a anomalia magnética.” Para testar essa hipótese, ele e a pesquisadora Yuanyuan Liang conduziram experimentos analisando os efeitos de diferentes combinações de química atmosférica e taxas de resfriamento magmático em um mineral chamado ilmenita.

Seus resultados, publicados no *Journal of Geophysical Research: Planets*, sugerem que a ilmenita pode formar partículas de ferro que se magnetizam sob certas condições. “Rochas terrestres se magnetizam facilmente devido à presença de magnetita”, explica Krawczynski. “Mas a magnetita não é comum na Lua. Já a ilmenita, que é abundante lá, pode reagir para formar partículas de ferro magnetizáveis.” Os experimentos mostraram que grãos menores de ilmenita, devido à sua maior relação área/volume, são mais propensos a sofrer reações de redução, criando campos magnéticos mais fortes.

“Nossos experimentos sugerem que, em condições lunares, é possível criar material magnetizável. Portanto, é plausível que esses redemoinhos sejam causados por magma subsuperficial”. Entender a origem dos redemoinhos lunares é crucial para decifrar os processos que moldaram a superfície lunar, a história do campo magnético da Lua e a interação das superfícies planetárias com seus ambientes espaciais. Este estudo é fundamental para interpretar dados de futuras missões à Lua, como a missão Lunar Vertex da NASA, que enviará um rover à área do redemoinho Reiner Gamma em 2025.

“Se as anomalias magnéticas são criadas pelos métodos que descrevemos, então o magma subterrâneo precisa ter um alto teor de titânio”, explica Krawczynski. Evidências dessa reação foram encontradas em meteoritos lunares e amostras da Apollo, mas todas eram de fluxos de lava superficiais. Seu estudo indica que o resfriamento subterrâneo deve intensificar essas reações. Embora a tecnologia atual ainda não permita uma investigação direta das reações subterrâneas, os experimentos oferecem uma forma promissora de testar a teoria de que magmas invisíveis podem estar por trás dos misteriosos redemoinhos lunares. “Gostaríamos muito de poder investigar diretamente”. “Mas, por enquanto, estamos limitados à superfície.”

Fonte: GAZETA BRASIL
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