Congresso dos EUA Convoca CEO da CrowdStrike após apagão cibernético

Parlamentares da Câmara dos Representantes dos EUA estão convocando o CEO da empresa de cibersegurança CrowdStrike, George Kurtz, a testemunhar no Congresso sobre o papel da empresa na recente falha de TI que causou o cancelamento de voos, deixou sistemas bancários e hospitalares fora do ar e afetou serviços ao redor do mundo.

A CrowdStrike informou esta semana que um “número significativo” dos milhões de computadores que sofreram falhas na sexta-feira, causando perturbações globais, já está novamente em operação. Clientes e reguladores aguardam uma explicação mais detalhada sobre o que ocorreu.

Os republicanos que lideram o Comitê de Segurança Interna da Câmara disseram na segunda-feira que querem respostas rapidamente.

“Embora apreciemos a resposta da CrowdStrike e a coordenação com as partes interessadas, não podemos ignorar a magnitude deste incidente, que alguns afirmam ser a maior falha de TI da história”, disseram os congressistas Mark E. Green, do Tennessee, e Andrew Garbarino, de Nova York, em uma carta para Kurtz. Eles acrescentaram que os americanos “merecem saber em detalhes como esse incidente aconteceu e quais medidas a CrowdStrike está tomando para mitigá-lo”.

8,5 Milhões de Computadores Afetados

Uma atualização de software defeituosa enviada pela CrowdStrike para seus clientes causou a interrupção de companhias aéreas, bancos, hospitais e outros serviços críticos na sexta-feira, afetando cerca de 8,5 milhões de máquinas que executam o sistema operacional Windows da Microsoft.

O trabalho minucioso para corrigir o problema frequentemente exigiu que as equipes de TI das empresas excluíssem manualmente arquivos nas máquinas afetadas.

A CrowdStrike informou no domingo à noite em uma postagem de blog que começou a implementar uma nova técnica para acelerar a remediação do problema. A empresa também declarou brevemente na segunda-feira que está em contato ativo com os comitês do Congresso.

As ações da empresa de cibersegurança, com sede no Texas, caíram mais de 20% desde o colapso, resultando em uma perda de bilhões de dólares em valor de mercado.

A extensão das interrupções também chamou a atenção dos reguladores governamentais, incluindo os responsáveis pela aplicação das leis antitruste, embora ainda não se saiba se eles tomarão medidas contra a empresa.

“Cada vez mais, um pequeno erro resulta em uma falha de sistema em larga escala, afetando indústrias que vão desde a saúde e companhias aéreas até bancos e concessionárias de automóveis”, disse Lina Khan, presidente da Comissão Federal de Comércio dos EUA, em uma postagem na plataforma de mídia social X no domingo. “Milhões de pessoas e empresas pagam o preço. Esses incidentes revelam como a concentração pode criar sistemas frágeis.”