Celso Amorim, assessor especial da Presidência brasileira, expressou a decepção do Brasil com a demora na divulgação das atas eleitorais referentes ao pleito realizado no domingo, 28 de julho, na Venezuela.
Celso Amorim, assessor especial da Presidência brasileira, expressou a decepção do Brasil com a demora na divulgação das atas eleitorais referentes ao pleito realizado no domingo, 28 de julho, na Venezuela.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo chavista, anunciou a vitória do presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (esquerda), mas não apresentou as atas eleitorais. A oposição contesta os resultados e acusa o governo de fraude.
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!, gravada na manhã de quinta-feira, 1º de agosto de 2024, Amorim afirmou que, apesar das alegações da oposição, esta “não consegue provar” a derrota de Maduro.
Amorim também comentou que a eleição transcorreu de forma tranquila e observou que o principal problema está na demora para a apuração dos resultados e nas discrepâncias entre as alegações da oposição e do governo.
Na mesma quinta-feira, à noite, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que Maduro perdeu a eleição, com base em boletins divulgados pela oposição que mostram a vitória de Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática (centro-direita).
Amorim ressaltou que, embora a oposição consiga levantar dúvidas sobre a vitória de Maduro, não conseguiu apresentar provas conclusivas para refutar o resultado.
Ainda na quinta-feira, os governos do Brasil, México e Colômbia emitiram um comunicado conjunto reforçando a exigência de que a Venezuela publique os dados das urnas de forma detalhada e permita a verificação imparcial dos resultados.
"Eu acho que o Brasil evita atitudes precipitadas nessas questões, porque, muitas vezes, você precisa realmente de tempo", disse Amorim, acrescentando que o Brasil está decepcionado com a demora da divulgação das atas eleitorais.
O assessor de Lula ainda afirmou que "há uma expectativa" que o governo da Venezuela "possa provar" o resultado "que alega ter tido".
Segundo ele, o sistema eleitoral venezuelano é "reconhecido pela própria oposição" como sendo "invulnerável".
"Você não tem como falsificar um voto pela pela maneira pela como ele corre, as comprovações que são dadas imediatamente. Então, ele é invulnerável. A dúvida é, realmente, se a contagem corresponde às atas".
Amorim disse também ter questionado Maduro sobre a divulgação das atas durante o encontro que tiveram na segunda (29).
"Ele disse que era uma questão de 2 ou 3 dias", afirmou Amorim, acrescentando que esse tempo "já está passando".