Os medicamentos para perda de peso Ozempic e Wegovy foram associados a 162 mortes nos Estados Unidos ao longo dos últimos seis anos, segundo dados divulgados pelo Daily Mail.
Os medicamentos para perda de peso Ozempic e Wegovy foram associados a 162 mortes nos Estados Unidos ao longo dos últimos seis anos, segundo dados divulgados pelo Daily Mail. Esses óbitos constam no banco de dados FAERS (FDA Adverse Event Reporting System) da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), que registra relatos de reações adversas, preocupações com a segurança e queixas sobre a qualidade de medicamentos após sua comercialização.
Os relatos podem ser enviados por profissionais de saúde, fabricantes e pelos próprios pacientes. Embora nenhuma das mortes tenha sido comprovadamente causada diretamente pelas injeções de semaglutida, como são conhecidas as substâncias ativas dos medicamentos, há indícios de que elas foram um fator nas fatalidades registradas.
De acordo com o relatório, o número de mortes envolvendo essas drogas aumentou 40% nos últimos seis meses. Esse aumento reflete uma série de complicações que ganharam destaque na mídia, incluindo o caso de Juanita Gantt, uma mãe da Pensilvânia que está processando o fabricante de Ozempic e Wegovy. Ela alega que quase morreu após usar os medicamentos e que não foi devidamente informada sobre os possíveis efeitos colaterais graves.
No ano passado, uma mulher australiana, que havia tomado Ozempic para perder alguns quilos antes do casamento da filha, morreu de uma doença gastrointestinal que sua família afirma ter sido causada pelo medicamento.
Desde 2018, o sistema da FDA registrou 62 mil reações a medicamentos para perda de peso, como o Ozempic, com a maior parte desses casos ocorrendo nos últimos dois anos, período em que o uso dos semaglutídeos cresceu significativamente. Desse total, cerca de 10 mil reações foram classificadas como “graves”, ou seja, envolveram hospitalização ou risco à vida do paciente.
Embora Ozempic não seja aprovado pela FDA para controle de peso, ele é autorizado para ajudar pessoas com diabetes tipo 2. No entanto, nos últimos anos, médicos têm prescrito o medicamento “off-label” (fora das indicações aprovadas) devido à crescente popularidade para perda de peso.
Em março de 2024, o Wegovy se tornou o primeiro medicamento para emagrecimento também aprovado para ajudar na prevenção de eventos cardiovasculares graves em adultos com doenças cardíacas e obesidade ou sobrepeso, de acordo com um comunicado da FDA.
Originalmente desenvolvidos para diabéticos, esses medicamentos estimulam a liberação de insulina e reduzem o açúcar no sangue após as refeições. No entanto, nos últimos anos, seu uso para fins de emagrecimento explodiu, mesmo diante de efeitos colaterais.
O site oficial do Ozempic alerta para possíveis reações adversas, como inflamação pancreática, hipoglicemia, problemas renais, reações alérgicas graves, complicações na vesícula biliar, entre outros. Em 2023, a FDA atualizou o rótulo do medicamento para incluir relatos de bloqueio intestinal em alguns usuários.
Entre os efeitos colaterais mais comuns relatados estão náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais. Ozempic também foi associado a perda de visão e aumento de comportamentos impulsivos.
Apesar dos riscos, os efeitos colaterais graves e até mesmo mortes não têm desmotivado as pessoas a usarem esses medicamentos. Uma pesquisa recente da Gallup revelou que 6% dos adultos nos Estados Unidos, cerca de 15,5 milhões de pessoas, já experimentaram Ozempic ou outros medicamentos semelhantes, sendo que 3% os utilizam especificamente para perder peso.