Além das queimaduras, o animal apresentava desidratação, anemia e inflamação na bexiga.
A onça-pintada Antã, um macho de 8 anos, morreu na manhã dessa quarta-feira (11), em Campo Grande, após complicações decorrentes das queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O animal foi encontrado no dia 17 de agosto na região do Passo do Lontra, em Miranda (MS), com queimaduras de terceiro grau nas patas e pulmão comprometido pelas fumaças.
Durante o resgate, Antã foi encontrado debilitado, desnutrido e sem forças para reagir, provavelmente devido à falta de alimento na área atingida pelo fogo. Além de queimaduras das queimaduras nas pa as, também apresentava pequenas lesões nos membros torácicos.
Conforme o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) as complicações internas, como alterações na bexiga e fígado, anemia, desidratação e inflamação na bexiga, agravadas pela idade avançada, impediram uma recuperação completa.
Nessa quarta-feira (11), quando era preparado para a continuidade do tratamento com ozonioterapia e laser terapia nas patas, foi identificada uma parada cardíaca. Antã foi imediatamente transferido para o centro cirúrgico, onde foi intubado e iniciada manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP).
A morte do animal foi confirmada após três ciclos de RPC. O corpo de Antã foi encaminhado para necropsia e o laudo definitivo ainda aguarda análise histológica.
Antã foi a segunda onça-pintada resgatada, com queimaduras de terceiro grau e comprometimento pulmonar, nos incêndios do Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Segundo o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), a onça batizada de Antã, palavra em tupi-guarani que significa "forte", foi encontrada no sábado (17). O felino foi resgatado com a mobilização de militares da Polícia Militar Ambiental (PMA), uma lancha e uma viatura para auxiliar os veterinários.
Na época, os veterinários afirmaram que a onça precisava de uma maior atenção. "Ele está com crepitações [som semelhante ao chiado] no pulmão que acreditamos ser causado pela inalação da fumaça", explicou a coordenadora do Ayty, a veterinária Aline Duarte.