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Canadá e Índia expulsam diplomatas em nova crise diplomática

Na segunda-feira, Canadá e Índia expulsaram seis diplomatas de cada país em meio a uma escalada de tensão decorrente do assassinato em junho de 2023 de um ativista sij no Canadá.

Por Comando da Notícia

14/10/2024 às 17:50:36 - Atualizado há
Foto: Gazeta Brasil

Na segunda-feira, Canadá e Índia expulsaram seis diplomatas de cada país em meio a uma escalada de tensão decorrente do assassinato em junho de 2023 de um ativista sij no Canadá.

Um alto funcionário do governo canadense afirmou que o Canadá estava expulsando seis diplomatas indianos, incluindo o Alto Comissionado, após a polícia descobrir evidências de atividades criminosas violentas em andamento relacionadas ao governo indiano.

Pouco depois, o Ministério das Relações Exteriores da Índia anunciou que estava expulsando seis diplomatas canadenses, entre eles o Alto Comissionado em exercício e o Alto Comissionado adjunto. Os diplomatas deveriam deixar o país até o sábado.

O ministério já havia informado anteriormente, na segunda-feira, que a Índia estava retirando seus diplomatas, depois de ter rejeitado a comunicação diplomática do Canadá no domingo, que afirmava que o embaixador indiano era uma “pessoa de interesse” no assassinato.

Um segundo alto funcionário canadense disse que o Canadá expulsou primeiro os diplomatas indianos antes de tomar sua própria decisão. Ambos os funcionários falaram com a agência de notícias AP sob condição de anonimato, pois não estavam autorizados a discutir o assunto publicamente.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou no ano passado que havia acusações credíveis de que o governo indiano estava vinculado ao assassinato, em junho de 2023, do ativista sij Hardeep Singh Nijjar no Canadá. A Índia rejeitou a acusação, considerando-a absurda.

Nijjar, de 45 anos, foi morto a tiros em sua caminhonete em junho de 2023, após deixar o templo sij que dirigia na cidade de Surrey, na Colúmbia Britânica. Cidadão canadense de origem indiana, ele era proprietário de um negócio de encanamento e líder do que restou de um movimento anteriormente forte por uma pátria sij independente.

A Índia o qualificou como terrorista em 2020 e, no momento de sua morte, havia solicitado sua detenção por suposta implicação em um atentado contra um sacerdote hindu.

Em resposta às acusações, a Índia notificou o Canadá no ano passado para retirar 41 de seus 62 diplomatas no país. Desde então, as relações entre os dois países esfriaram.

O movimento pró-Jalistan, ou independência sij, é uma questão delicada entre a Índia e o Canadá. Nova Délhi tem criticado repetidamente o governo de Trudeau por ser brando com os apoiadores do movimento Jalistan que residem no Canadá. O movimento Jalistan é proibido na Índia, mas conta com apoio entre a diáspora sij, especialmente no Canadá.

A Índia solicitou a países como Canadá, Austrália e Reino Unido que tomem ações legais contra ativistas sijs. Essas preocupações foram especialmente levantadas em relação ao Canadá, onde os sijs representam quase 2% da população.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia declarou na segunda-feira que “a Índia se reserva o direito de tomar novas medidas em resposta ao apoio do governo Trudeau ao extremismo, à violência e ao separatismo contra a Índia”.

O ministério também convocou o principal diplomata canadense em Nova Délhi, informando-o que “o ataque infundado” contra o alto comissionado indiano, ou embaixador, e outros diplomatas e funcionários no Canadá “era completamente inaceitável”.

"Não temos confiança no compromisso do atual governo canadense em garantir sua segurança", afirmou.

Stewart Wheeler, o diplomata canadense que recebeu ordem para deixar a Índia, declarou à imprensa após ser convocado que seu governo compartilhou “evidências incríveis e irrefutáveis dos vínculos entre agentes do governo indiano e o assassinato de um cidadão canadense em solo canadense”.

Wheeler afirmou que a Índia deve investigar as acusações e que o Canadá “está disposto a cooperar com a Índia”.

(Com informações da AP)

Fonte: GAZETA BRASIL
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