A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, fez duras críticas nesta segunda-feira (28) ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após ele sugerir que o partido deveria fazer uma “análise aprofundada” para entender o afastamento de parte da base trabalhadora.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, fez duras críticas nesta segunda-feira (28) ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após ele sugerir que o partido deveria fazer uma “análise aprofundada” para entender o afastamento de parte da base trabalhadora. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi atacou a fala de Padilha, defendendo o trabalho do PT e apontando os desafios enfrentados pela legenda.
“Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”, declarou Gleisi, enfatizando os obstáculos enfrentados pelo PT desde 2016 e a dificuldade com a atual composição do Congresso. “Temos de refrescar a memória do ministro Padilha, o que aconteceu conosco desde 2016 e a base de centro e direita do Congresso que se reproduz nas eleições municipais, que ele bem conhece. Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita.”
Em um tom crítico, Gleisi afirmou que Padilha deveria focar nas articulações políticas do governo, uma de suas atribuições, e "ter mais respeito" pelo partido, que se manteve fiel a Lula em momentos de crise. “Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam”, concluiu.
Padilha havia feito suas declarações a jornalistas após uma reunião com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, onde avaliou o desempenho do PT nas eleições municipais. Ele afirmou que houve um “tsunami” de reeleições no país, com uma taxa recorde de 82%, o que dificultou a renovação política nas eleições.
Com uma metáfora futebolística, Padilha comentou que o PT “ainda não saiu do Z4”, fazendo referência ao baixo desempenho em disputas municipais, mesmo com avanços em relação a 2020. “O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas na minha avaliação não saiu ainda do Z4 que entrou em 2016 nas eleições municipais”, disse. Apesar das conquistas em cidades estratégicas como Fortaleza, ele destacou que o partido ainda precisa ampliar seu protagonismo nas grandes e médias cidades.