O regime do Irã executou nesta segunda-feira o jornalista germano-iraniano Jamshid Sharmahd, acusado de envolvimento em vários atentados no país persa.
O regime do Irã executou nesta segunda-feira o jornalista germano-iraniano Jamshid Sharmahd, acusado de envolvimento em vários atentados no país persa. A família de Sharmahd alega que ele foi sequestrado em 2020 em Dubai e levado à força para Teerã.
"A sentença de Jamshid Sharmahd, líder do grupo terrorista Tondar (grupo opositor), foi executada nesta manhã", informou a agência de notícias Mizan, pertencente ao Poder Judiciário iraniano.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha condenou duramente o "regime desumano" do Irã pela execução de Sharmahd.
"O assassinato de Jamshid Sharmahd mostra mais uma vez o tipo de regime desumano que governa em Teerã: um regime que utiliza a morte contra seus jovens, sua própria população e cidadãos estrangeiros", afirmou Annalena Baerbock, acrescentando que Berlim já havia deixado claro repetidas vezes que "a execução de um cidadão alemão teria graves consequências".
Sharmahd, de 69 anos e jornalista, foi condenado em 21 de fevereiro de 2023 por supostamente liderar um grupo terrorista que planejou 23 atentados em solo iraniano, dos quais cinco foram realizados.
O Supremo Tribunal iraniano confirmou a pena máxima em abril do ano passado.
Entre os atentados atribuídos a ele está o ataque a bomba na mesquita Seyed al-Shohada de Shiraz em 2008, que deixou 14 mortos e 300 feridos.
Sharmahd, que possuía dupla nacionalidade alemã e residia nos Estados Unidos, foi acusado de liderar o grupo terrorista monarquista "Tondar" (Trovão) e de colaborar com a CIA, o FBI e o Mossad.
O Tondar é o braço armado do Comitê de Monarquia do Irã, um grupo opositor à República Islâmica com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos, que visa restaurar a antiga monarquia iraniana.
O condenado foi preso em 2020 em circunstâncias obscuras. Sua família denuncia que ele foi sequestrado em Dubai por membros das forças de segurança iranianas e levado à força para o Irã.
O governo alemão considerou "inaceitável" a condenação à morte do cidadão germano-iraniano e expulsou dois diplomatas iranianos do país.
Em resposta, Teerã expulsou dois diplomatas alemães, acusando a Alemanha de interferência em seus assuntos internos.
Em abril, a família de Sharmahd denunciou as acusações contra ele e expressou preocupação com suas condições de detenção.
Gazelle Sharmahd, filha do executado, afirmou que seu pai "perdeu todos os dentes na prisão e já não tinha direito a falar com seus entes queridos."
"Papai está se apagando na prisão", disse ela. "Nem sabemos onde ele está, como está ou se ele sabe dessa notícia horrível (o veredicto)."
A República Islâmica do Irã tem sido acusada de usar presos com dupla nacionalidade ou estrangeiros como medida de pressão ou para troca de prisioneiros com outros países, prática denominada "diplomacia dos reféns" por organizações de direitos humanos.
(Com informações da EFE)
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