As bancadas do partido Novo na Câmara e no Senado protocolaram dois requerimentos de informação solicitando esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre uma reunião realizada no Palácio da Alvorada em 13 de novembro de 2024.
O encontro, que coincidiu com as explosões na Praça dos Três Poderes, envolveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, também teriam participado o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), um dos autores do requerimento, afirmou que a reunião revela parcialidade entre os envolvidos e compromete a independência entre os Poderes. Ele ressaltou que a ausência do encontro na agenda oficial reforça a necessidade de transparência e investigação.
O parlamentar também criticou o que considerou inadmissível em um Estado de Direito: o uso de articulações institucionais para perseguir adversários políticos.
Os requerimentos apresentados pelo Novo questionam detalhes como o horário de entrada e saída dos participantes, a lista completa de autoridades presentes e os temas discutidos no encontro. Os parlamentares também pedem esclarecimentos sobre o momento em que a reunião começou, considerando informações de que ela já estaria em andamento no momento das explosões, e questionam por que o evento não foi registrado nas agendas oficiais.
Ainda conforme os requerimentos, levantou-se a hipótese de que o encontro teria como objetivo discutir a reta final das investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa possibilidade foi mencionada por veículos de imprensa, que apontaram que a reunião no Alvorada teria iniciado antes do atentado na Praça dos Três Poderes.
O episódio voltou a mobilizar a cúpula do Judiciário e do governo em torno de ações contra a tentativa de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Na justificativa, os parlamentares do Novo defenderam que a transparência sobre reuniões de autoridades é fundamental em um Estado Democrático de Direito, especialmente em cenários que envolvem questões de segurança nacional.
O objetivo do pedido, segundo eles, é assegurar que os fatos sejam devidamente esclarecidos, garantindo o direito à informação e o controle parlamentar sobre as ações do Poder Executivo.
GAZETA BRASIL