O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu 43 entrevistas exclusivas em 2024, seu segundo ano deste mandato, quase dobrando o número registrado em 2023, quando foram realizadas 22 entrevistas. No total, nos dois primeiros anos de seu terceiro mandato, o presidente acumulou 65 entrevistas exclusivas.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Poder360, que analisou informações de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024, com base nas agendas de compromissos divulgadas pelo Palácio do Planalto e na cobertura da mídia.
Lula priorizou rádios locais como principal meio de comunicação, concedendo 19 entrevistas nesse formato. As emissoras de televisão ficaram em segundo lugar, com 13 entrevistas, enquanto veículos digitais receberam 11. Entre os grupos de mídia, o Grupo Globo foi o que mais teve acesso exclusivo ao presidente em 2024, com oito entrevistas distribuídas entre a rádio CBN, o jornal O Globo, a GloboNews, a TV Globo e suas afiliadas. A última entrevista do ano foi concedida ao programa Fantástico, da TV Globo, logo após o presidente receber alta do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A conversa com a repórter Sônia Bridi teve tom ameno, mas a edição da reportagem, que durou 19 minutos e 49 segundos, apresentou um viés mais crítico.
Os ministros da Esplanada seguiram a mesma linha de aproximação com a mídia. Em 2024, foram registradas 333 entrevistas exclusivas concedidas ao Grupo Globo. O levantamento considerou entrevistas aos veículos O Globo, Valor Econômico, GloboNews, rádio CBN, g1, TV Globo e afiliadas. O ministro da Educação, Camilo Santana, liderou o ranking, com 23 entrevistas, seguido por Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, e Nísia Trindade, da Saúde, que concederam 18 entrevistas cada.
O padrão de comunicação reflete a estratégia do governo Lula de se aproximar da imprensa, com uma atenção especial ao Grupo Globo. Enquanto o presidente realizou oito entrevistas exclusivas ao conglomerado em 2024, em 2023 foram apenas três. Nas duas ocasiões, rádios foram priorizadas como meio de comunicação. Os dados foram coletados com base nas agendas públicas das autoridades e nas divulgações feitas pela imprensa.
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